No dia em que os vereadores de Campo Grande aprovaram apenas um ofício do poder Executivo, o que deu o tom da sessão de hoje na Câmara foi uma discussão acerca do caos vivido na Santa Casa.
Mesmo não comentando a continuidade ou não da intervenção no hospital, que chegou ao fim após decisão do Ministério Público Estadual (MPE), os vereadores debateram sobre a qualidade dos serviços no hospital e de como a Capital e MS precisam de um local que seja exemplo no tratamento dos pacientes.
O momento de Palavra Livre foi usado pelo vereador e vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, Loester Nunes (PDT), que mostrou-se indignado com a atual situação do maior hospital do Centro-Oeste. “O sistema está precário e a Santa Casa passa por muitas dificuldades, não atendendo o ser humano com dignidade”, desabafou o vereador.
Em aparte à Palavra Livre, o chefe do Legislativo Municipal, vereador Paulo Siufi (PMDB) expôs sua preocupação com a atual realidade do hospital e afirmou que dará total apoio à Comissão de Saúde da Casa de Leis para que a mesma se empenhe em fiscalizar o gerenciamento da Santa Casa.
A discussão sobre a conflituosa realidade da Santa Casa acontece na semana em que os vereadores Jamal e Loester, integrantes da Comissão de Saúde visitaram o setor de emergência da Instituição, onde constataram as dificuldades visíveis do hospital como a falta de manutenção do prédio, paredes sujas, problemas de infiltração, móveis deteriorados, além da falta de leitos para acolher os pacientes que chegam de diversos lugares de Mato Grosso do Sul.
Segundo o presidente da Comissão de Saúde na Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Jamal Salem (PR), há uma dissonância que até complica a realização da Copa em 20014, na Capital do Estado. “Como médico reitero a posição do vereador Dr. Loester. Estamos pleiteando uma vagas para sediar a Copa, mas nós sabemos que Campo Grande não tem um hospital para atender a demanda de um evento grandioso como esse”, afirmou o parlamentar.
Conforme o diretor da Santa Casa, Carlos Barbosa, atualmente, o hospital tem uma despesa mensal de R$ 7,5 a R$ 10 milhões e recebe R$ 6,5 milhões, provenientes, do SUS (Sistema Único e Saúde), do qual, a Santa Casa presta 85% do seu atendimento.