Milhares de pessoas ocuparam as ruas de capitais brasileiras no último domingo (21) em protesto contra a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado e contra a chamada PEC da Blindagem, que estabelece a necessidade de autorização do Congresso para que parlamentares sejam processados criminalmente.
As manifestações reuniram grandes públicos em cidades como Salvador, Recife, Natal, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. No total, foram registrados atos em 33 municípios, abrangendo todas as capitais.
Com o lema “Congresso Inimigo do Povo”, os participantes pediram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por crimes relacionados à tentativa de golpe, organização criminosa, entre outros.
Em Salvador (BA), a mobilização ocorreu no bairro da Barra, à beira-mar, onde Daniela Mercury fez apresentação musical e afirmou: “Bandidagem não é com a gente”. O evento também contou com a participação do ator Wagner Moura, que cantou e elogiou o julgamento que levou à condenação do ex-presidente e de seus aliados. “É um momento extraordinário da democracia brasileira, que se mostra exemplo para o mundo inteiro. Sempre ouvimos que nossa democracia era frágil e jovem, mas agora ela demonstrou força”, declarou.
Já em Belo Horizonte (MG), a concentração ocorreu na Praça Raul Soares, reunindo milhares de pessoas com o coro “sem anistia para golpistas”. A cantora Fernanda Takai, do grupo Pato Fu, esteve entre os artistas que se apresentaram.
No Recife (PE), o ato começou às 14h, na Rua da Aurora, com a tradicional orquestra do bloco de frevo Eu Acho é Pouco e a participação de grupos de maracatu.
Em João Pessoa (PB), manifestantes se reuniram com palavras de ordem contra o deputado federal Hugo Motta, presidente da Câmara, apontado como responsável por pautar a votação que aprovou a PEC da Blindagem.
Também ocorreram protestos em Belém (PA), Teresina (PI), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e outras capitais.
As mobilizações foram convocadas pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas a partidos como PT e PSOL, além de sindicatos, entidades estudantis, artistas, movimentos sociais como MST e MTST e outras organizações de esquerda e centro-esquerda.