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Agenda Legislativa

Feirantes de Campo Grande cobram melhorias em audiência na Câmara

Representantes pedem anistia de dívidas, infraestrutura e valorização das feiras como polos culturais e econômicos

Vivianne Nunes
Capital News

Feirantes e produtores culturais de Campo Grande defenderam, na manhã da última segunda-feira (7), durante audiência pública na Câmara Municipal, melhorias urgentes na estrutura e na legislação que rege as feiras livres e criativas da capital. O debate foi proposto pelo vereador Ronilço Guerreiro (Podemos), que anunciou encaminhamentos importantes, como a criação de uma proposta de anistia para dívidas antigas com o Município, além de incentivos para a profissionalização e regulamentação da atividade.

“Muita gente pensa que feira é só gastronomia ou artesanato, mas são verdadeiros polos de economia criativa, de transformação social e de geração de renda”, afirmou o vereador. Guerreiro destacou ainda que todas as feiras devem contar com estrutura mínima, como banheiros, limpeza, policiamento e acessibilidade.

Entre as principais demandas apresentadas por feirantes e organizadores estão a criação de um alvará único, linhas de crédito específicas, banheiros fixos ou móveis, presença de agentes de trânsito e o reconhecimento das feiras como pontos turísticos e culturais. As reivindicações foram reforçadas por organizadores como Carina Zamboni, da Feira Bosque da Paz, e Felipe Monteiro, da Feira Borogodó.

“Só a Feira Bosque da Paz já gerou R$ 16 milhões em movimentação financeira, beneficiando duas mil famílias. Não estamos falando de lazer apenas, mas de sustento para muita gente”, afirmou Carina. Felipe acrescentou: “Levamos cultura, arte, diversidade e empregos. Precisamos de estrutura para continuar crescendo. A burocracia e a falta de apoio dificultam isso.”

Durante o encontro, foi apresentada também a proposta de criação do “ID Feirante”, que permitiria o mapeamento dos profissionais e suas necessidades. A ideia foi defendida pelo vereador Jean Ferreira (PSDB), que sugeriu o fortalecimento das cooperativas e maior organização do setor. Para o vereador Landmark (PSDB), o papel do Legislativo é garantir segurança jurídica. “Precisamos de leis que não sejam obstáculos para quem empreende, mas instrumentos de crescimento”, afirmou, apoiando a proposta de anistia.

A audiência contou com representantes da Prefeitura de Campo Grande, do Governo do Estado e da Superintendência de Economia Criativa. Luciana Azambuja, superintendente estadual da área, destacou que o setor representa 3,11% do PIB nacional e gera mais de 7 milhões de empregos. “As feiras precisam ser valorizadas como espaços de fomento à cultura, ao turismo e à saúde mental. Mais que banheiros e policiamento, precisamos integrar cultura, arte e apoio direto aos expositores”, afirmou. O secretário-executivo de Gestão Estadual, Markito Perez, concluiu: “As feiras fazem a economia girar e levam lazer para os bairros. Vamos construir juntos.”

A expectativa é de que os encaminhamentos apresentados resultem em projetos de lei e ações concretas, com participação ativa da sociedade civil, do Legislativo e das esferas do Executivo.

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