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Legislativo Quinta-feira, 10 de Julho de 2025, 18:41 - A | A

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Política Internacional

Deputados reagem à carta de Donald Trump e defendem soberania nacional

Parlamentares de MS criticam ameaça de tarifa sobre produtos brasileiros e cobram postura firme do governo Lula

Vivianne Nunes
Capital News

A suposta carta enviada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com ameaças de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, provocou forte repercussão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (10). Durante a sessão ordinária, parlamentares de diferentes partidos se manifestaram sobre o impacto da medida e os desdobramentos diplomáticos.

O deputado Pedro Kemp (PT) classificou a carta como uma “ridícula afronta à soberania nacional” e apontou motivações políticas por trás da ameaça. “É uma tentativa de intimidação do Supremo Tribunal Federal, que vem conduzindo com lisura o julgamento de quem tentou um golpe de Estado no dia 8 de janeiro. Isso nos parece uma bravata", disse.

Para Kemp, o verdadeiro motivo da manifestação seria o avanço do Brasil e da China no cenário internacional. “Trump está incomodado com o fortalecimento dos BRICS. Os EUA estão perdendo hegemonia e querem retaliar o Brasil, que hoje é protagonista global”, afirmou.

O deputado Pedrossian Neto (PSD) também expressou preocupação com os possíveis impactos econômicos. “Acordei preocupado. Estamos falando da relação entre os dois maiores países do continente, e agora vemos uma tarifa altíssima, de 50%, que contraria acordos históricos como o GATT de 1947. Não se pode politizar o comércio internacional”, declarou.

Já o presidente da Assembleia, Gerson Claro (PP), adotou um tom mais cauteloso. Ele leu trechos finais da carta, onde Trump indica abertura para negociação. “‘Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, poderemos ajustar essa tarifa para cima ou para baixo’. Isso mostra que há espaço para diálogo. Precisamos tratar isso com equilíbrio, sem ideologizar”, afirmou.

João Henrique (PL), por sua vez, reforçou a crítica à política externa do governo Lula e defendeu o posicionamento da direita internacional. “O Brasil precisa rever com quem está alinhado. Há parcerias com regimes que não respeitam a democracia, como o Irã. Precisamos fortalecer nossos verdadeiros parceiros”, declarou.

Apesar das divergências ideológicas, os deputados concordaram na defesa da soberania nacional e da necessidade de proteger a economia brasileira de medidas unilaterais e retaliatórias.

A carta atribuída a Trump ainda não foi oficialmente confirmada pelo governo brasileiro ou pela diplomacia americana, mas gerou reações imediatas no câmbio e nos mercados, com alta do dólar e queda nas bolsas. Nos bastidores, a expectativa é de que o Itamaraty se manifeste formalmente nos próximos dias.

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