Campo Grande 00:00:00 Sábado, 12 de Julho de 2025


Opinião Sábado, 12 de Julho de 2025, 13:23 - A | A

Sábado, 12 de Julho de 2025, 13h:23 - A | A

Opinião

BRICS sem Brasil não é BRICS

Por Ahmad Schabib Hany*

Artigo de responsabilidade do autor
Envie seu artigo para [email protected]

Impactante, a Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro foi um sucesso, a despeito do desdém e da sabotagem da perversa imprensa corporativa, dos parasitas rentistas da Faria Lima, dos mal-paridos do centrão, dos falsos cristãos pró-sionistas, dos jagunços e demais sonegadores e criminosos dos quatro cantos deste país-continente.

O que o preço do café no varejo tem a ver com a maldita corja que tomou de assalto os destinos da então promissora potência regional em 2016?

Para o leitor e a leitora deste semanário feito para pessoas que têm o hábito de pensar, de ter o senso crítico ativo e altivo, meio quilo de café torrado a 44 reais não é "lei de mercado", mas sabotagem de uma horda que desde o tempo da colonização lusitana, de triste memória, é "tigrão" diante de seus humildes conterrâneos, mas "tchutchuquinha" ante seus amos e senhores, para os quais, com a maior "desenvoltura", ficam de quatro ou até plantando bananeira...

Ou há alguma dúvida quando vemos esses seres bizarros parecidos ao pato amarelo daquela marca de fraldas descartáveis dos anos 1990 a clamar pela "intervenção" do palhaço fascista laranja que assaltou a Casa Branca?

Além de fazer de Lula refém do bando de ratazanas insaciáveis que usam 'emendas pix' para turbinar seus currais eleitorais e sua cobiça pelo dinheiro público, que para eles é deles, conspiram acintosamente contra a agenda soberana brasileira. Mas pior mesmo é o bando de pseudojornalistas que, comendo farofa, ficam a arrotar caviar e a esnobar a medíocre narrativa requentada desde os tempos da maldita ditadura que sangrou este subcontinente, tão longe de Deus e tão perto de missionários neopentecostais sionistas.

Com todo o respeito, mas Lula não é Dilma. Hábil como poucos nestes sombrios tempos de canalhice extrema, o digníssimo Presidente do Brasil não só exerceu com maestria o papel histórico de anfitrião da Cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro, como proporcionou momentos ímpares para o chamado Sul Global, em que potências regionais começam a pautar a agenda global livre da camisa-de-força imposta pelos caquéticos fantoches da ordem caduca que desmorona sob a mediocridade de gestores europeus e ianques, incapazes de enxergar que os tempos são outros e não há espaço para seu totalitarismo.

E conseguiu emplacar uma dezena de contratos de negócios, a despeito das incontáveis sabotagens dos rentistas parasitas da Faria Lima e associados do ogro agro, da viralatice dos sonegadores e contraventores das bets, bala e "Bíblia" [que não leem no Novo Testamento, ficando a recitar interpretação bizarra do Velho Testamento como que Jesus não tivesse o seu legado revolucionário, ignorado de forma soberba pelos sionistas, muitos dos quais se dizem "cristãos", mas não seguem seus sábios ensinamentos].

O consórcio da desinformação, batizado de GAFE (Lobo, Abriu, Falha e Estradão) pelo saudoso e competente Jornalista Paulo Henrique Amorim -- esse analista econômico profundo, tanto quanto o Jornalista Luis Nassif [e não me venha um lambe-botas de bolsonaristas que se autointitula sábio salomão a ousar comentar sobre coisas sérias, que a única coisa que sabe fazer é bajular o tempo todo os seus financiadores] --, passou o tempo todo minimizando, amesquinhando e torcendo contra iniciativas acordadas no Rio de Janeiro nestes dias.

O Jornalista Pepe Escobar, que trabalhou nas melhores redações da mídia independente neste "acidente" decadente, explicou didaticamente os cenários prováveis decorrentes dos acordos pactuados nesta cúpula. Não esqueçamos de que nos desgovernos do traíra Temer e do verme inominável os seus subordinados não só não fizeram absolutamente nada, como tentaram inviabilizar o bloco dos insurgentes chamado BRICS. Não tiveram competência e tempo para fazer o Brasil sair do bloco de cuja gênese foi protagonista.

BRICS SEM BRASIL?

Como assim? O governo do Estadista que o Brasil levou 500 anos para revelar para a humanidade, protagonista em uma série de iniciativas que culminaram com o BRICS há quase 20 anos, abriria mão de consolidar sua liderança no novo contexto Sul Global, em que a multipolaridade e a soberania dos povos se afirmam célere e corajosamente?

Eu não acredito, mas a corja da cobiça e do servilismo imperial não se cansa de tentar mais essa conspiração contra a ascensão do Brasil à liderança planetária, em um mundo sem amos nem senhores, multipolar e soberanista. Não é preciso ser expert para saber que a ausência de, pelo menos, Rússia, China e Irã foi uma cortesia dessas potências à condução pelo Presidente Lula da Cúpula BRICS Rio de Janeiro. Um recuo estratégico para não azedar a situação desconfortável do Estadista brasileiro, assediado acintosa e cinicamente pelo fanta laranja desmiolado que se pretende dono do Planeta.

Parasitas à parte, os verdadeiros empresários, investidores e empreendedores livres do ódio e da ganância imperial em franca decadência sabem que o Brasil e seus parceiros de bloco geoeconômico representam o presente e o futuro, enquanto o sórdido e falido business europeu e estadunidense são o passado, e por sinal nada memorável, tamanha a pilhagem e opressão com que se impõem, sem discrição nem parcimônia.

Cientes disso e livres da visão retrógrada ainda hegemônica, diversos empreendedores realizaram nestes dias da Cúpula do BRICS do Rio de Janeiro, acontecidas paralelamente, centenas de rodas de negócios para o impulsionamento de novos investimentos entre os membros e parceiros do bloco em franca expansão. Só quem não tem noção da crise abissal das ex-metrópoles coloniais e do império decadente acredita nas vigarices e nas cantilenas de uma ordem que ameaça desabar em suas próprias cabeças. A História é assim: senão investe em produção e inovação, não há "deus mercado", cobiça e guerras capazes de atenuar o impacto da queda.

Ah, sim: quanto ao café e demais produtos criminosamente inflacionados, vamos pedir ao Pedro Stedile, do MST, que incentive as cooperativas de produção com um cardápio de produtos que incluam os demais itens da cesta familiar. Ora, financiamentos com os mesmos juros que vão para os ogros do agro podem ser dirigidos para a agricultura familiar. Foi, aliás, como a República Popular da China virou essa potência capitalista de fazer inveja aos teóricos da Economia Clássica. Porque estudar não faz mal, faz riqueza.


*Ahmad Schabib Hany
Revisor, tradutor e produtor de texto, membro fundador da OCCA Pantanal (Organização de Cidadania, Cultura e Ambiente), entidade sócio-ambiental sediada no coração do Pantanal e da América do Sul), formada por membros remanescentes da Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida, inspirada pelo sociólogo Herbert de Souza, o saudoso Betinho. Membro articulador do Pacto Pela Cidadania (Movimento Viva Corumbá) e do Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário (FORUMCORLAD), de cuja coordenação colegiada sou integrante.

 

• • • • •

 

A veracidade dos dados, opiniões e conteúdo deste artigo é de integral responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Capital News

 

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS