O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) suspendeu na última terça-feira (20) o julgamento que pode resultar na cassação da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e da vice, Camilla Nascimento (Republicanos), por suposta compra de votos nas eleições municipais. O processo foi interrompido após pedido de vista do juiz Márcio de Ávila Martins Filho, durante a sessão plenária realizada no fim da tarde.
A denúncia foi apresentada pelos diretórios municipais do PDT e Democracia Cristã (DC), que alegam abuso de poder político, religioso e econômico. Durante a sustentação oral, o advogado Newley Amarilla apresentou o depoimento de uma testemunha que afirmou ter recebido pagamento em espécie e via Pix para comprar votos. “Prova houve e prova há. Essa prova pinça nos autos. Só não vê quem não quer”, afirmou Amarilla.
O procurador eleitoral Luiz Gustavo Mantovani reforçou que “a prática da compra de votos restou devidamente comprovada na sentença de primeira instância”. Ele ainda declarou que “é inimaginável que servidores ligados ao gabinete da prefeita tenham comprado votos sem a anuência dela”. Já a defesa, representada pelo advogado Alexandre Ávallo Santana, rebateu: “As provas são frágeis, os depoimentos inconsistentes. E não há qualquer elemento que demonstre a participação direta ou indireta das requeridas”.
O relator Alexandre Antunes da Silva votou por manter a sentença que rejeitou o pedido de cassação, reconhecendo falhas, mas sem provas concretas contra as rés. “As provas não trouxeram elementos concretos da participação direta ou indireta das recorridas, conforme exige a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral”, declarou. O julgamento será retomado no dia 27, com os votos restantes dos demais membros do TRE-MS.