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Justiça Sábado, 07 de Junho de 2025, 11:56 - A | A

Sábado, 07 de Junho de 2025, 11h:56 - A | A

Ministério Público do Trabalho em MS

Sete paraguaios são resgatados de trabalho análogo à escravidão em lavoura de mandioca

Entre as vítimas, estavam dois adolescentes vivendo em barracos improvisados em Itaquiraí

Elaine Oliveira
Capital News

Sete trabalhadores paraguaios, entre eles dois adolescentes, foram resgatados de condições degradantes de trabalho na Fazenda PA Boa Sorte, em Itaquiraí, região sul de Mato Grosso do Sul. O resgate ocorreu durante uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho em MS (MPT-MS), da Auditoria Fiscal do Trabalho e da Polícia Militar Ambiental.

Os trabalhadores atuavam no cultivo da mandioca, mas viviam em situação insalubre e precária. Moravam em barracos improvisados com lona, sem acesso a instalações sanitárias ou condições básicas de higiene. A alimentação era preparada em ambientes contaminados, e os dormitórios não ofereciam segurança ou conforto.

As vítimas não tinham registro em carteira de trabalho, tampouco recebiam equipamentos de proteção individual, mesmo utilizando ferramentas perigosas no serviço diário.

Após a operação, os empregadores firmaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT-MS, comprometendo-se a regularizar a situação dos trabalhadores. O acordo prevê, entre outras exigências, o registro formal de empregados, fornecimento de EPIs e instalação de banheiros adequados nos locais de trabalho.

Além disso, o TAC proíbe o uso de fogões dentro dos alojamentos, devido ao risco de acidentes, e veda terminantemente a contratação de menores de 16 anos, bem como de adolescentes em ambientes insalubres.

Os empregadores pagaram R$ 9,7 mil no momento da assinatura do TAC e têm o prazo de 60 dias para quitar o valor restante. Também arcou com os custos do transporte dos trabalhadores de volta ao Paraguai.

O MPT-MS deve ser comunicado previamente sobre o início de novas atividades na fazenda, para possibilitar fiscalização contínua. Somente em 2025, 59 trabalhadores já foram resgatados em condições análogas à escravidão no estado.

Denúncias podem ser feitas pelo site do MPT-MS, pelo aplicativo MPT Pardal ou diretamente nas unidades do órgão.

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