O juíz responsável pelo processo de Fahd Jamil, que responde por promoção, constituição e financiamento de organização criminosa, decidiu autorizar sua mudança de residência para a cidade de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. A decisão ocorreu mesmo com a manifestação contrária do Ministério Público. A defesa de Fahd havia solicitado a alteração, alegando sua idade avançada (83 anos), problemas de saúde e o desejo de retornar à cidade onde viveu por décadas.
Fahd Jamil está em regime de medidas cautelares desde 2022, após ter cumprido prisão domiciliar desde 2021. O juiz observou que, desde o início das medidas, não houve qualquer descumprimento ou prática de novos delitos por parte do réu, e que a facilidade de comunicação atual torna irrelevante o local de residência em relação à possibilidade de liderar uma organização criminosa.
Com base nesses fatores, o juiz autorizou a mudança de Fahd Jamil para o endereço solicitado em Ponta Porã, mantendo as medidas cautelares vigentes. Caso haja qualquer descumprimento das condições estabelecidas, a prisão preventiva poderá ser novamente decretada.
O empresário Fahd Jamil, procurado sob a acusação de vários crimes entre os quais tráfico de drogas, homicídio e organização criminosa, foi preso no ano de 2021 e teve sua prisão domiciliar decretada e revogada pela Justiça de Mato Grosso do Sul em agosto de 2022, estando restrito ao uso de tornozeleira eletrônica.
No entanto, a retirada do equipamento foi autorizada pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande em abril de 2023.
Mesmo sem o monitoramento, Fahd precisará cumprir outras medidas cautelares, entre elas não poderá se mudar sem comunicação à Justiça, se ausentar da comarca de Campo Grande por mais de oito dias sem autorização, precisará se fazer presente nas audiências, cumprir recolhimento domiciliar entre 20h e 6h de segunda a sexta e durante todo o dia aos sábados, domingos e feriados, além do comparecimento mensal ao Fórum.
O caso
Fahd Jamil se entregou no aeroporto Santa Maria em Campo Grande, por conta da saúde debilitada com diabete, enfisema pulmonar, além de caminhar com dificuldade.
Jamil responde a processos por tráfico de armas, organização criminosa, corrupção de agente da Polícia Federal e corrupção contra agente de delegado, no caso de Márcio Oshiro Obara. Após se entregar, ele foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro (Garras), onde prestou depoimento acompanhado do seu advogado, Gustavo Badaró.