A defesa de Francisco Cezário, ex-presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), tenta novamente levar às instâncias superiores o processo que o afastou do cargo após 28 anos de mandato. Um agravo em recurso especial busca reverter a decisão do desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho, que negou a subida do caso ao STJ.
Cezário alegou não ter condições financeiras para arcar com os custos do processo, mas não apresentou documentos que comprovassem a situação, como extratos ou declarações de renda. Após ser intimado, a defesa pagou as custas, mas ainda assim teve o recurso negado. O ex-dirigente é acusado de desviar R$ 10 milhões da federação e de esconder R$ 800 mil em espécie em casa.
A assembleia que o destituiu foi convocada pelo então presidente interino, Estevão Petrallas, em outubro de 2024. Os associados deliberaram pela saída de Cezário após denúncias da Operação Cartão Vermelho, conduzida pelo Gaeco, que investiga crimes como peculato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Durante o processo, a FFMS anexou provas de irregularidades, como transferências de R$ 2 milhões a parentes e manipulação de balanços financeiros. A entidade defendeu que as práticas não condiziam com a boa gestão e que a análise jurídica foi divulgada previamente a todos os filiados.
• Saiba mais sobre a operação “Cartão Vermelho”
Estevão Petrallas comandou a federação interinamente até ser eleito presidente em abril de 2025. Cezário, que está em liberdade provisória com tornozeleira eletrônica, ainda tenta contestar na Justiça os atos que levaram à sua saída.