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Justiça Sexta-feira, 06 de Junho de 2025, 13:26 - A | A

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Operação Cartão Vermelho

Cezário alega incapacidade financeira e busca retornar à presidência da FFMS

Ex-presidente da FFMS é acusado de desviar R$ 10 milhões e de ocultar R$ 800 mil em espécie

Viviane Freitas
Capital News

Acusado de desviar R$ 10 milhões da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) e de esconder cerca de R$ 800 mil em espécie embaixo do colchão, Francisco Cezário de Oliveira afirma à Justiça que não tem condições financeiras para pagar as custas processuais. "O requerente (Cezário) não possui no momento condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo de seu sustento", diz seu advogado. A defesa alega que o ex-presidente da FFMS enfrenta dificuldades financeiras, mas não apresentou documentos que comprovem a situação, como extratos bancários ou declarações de imposto de renda.

Desde que foi destituído do comando da FFMS em outubro de 2024, Cezário tenta voltar ao cargo por meio de uma série de ações judiciais, mas todas sem sucesso até o momento. No ano passado, ele foi preso duas vezes durante investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), que o acusaram de ser o líder de uma organização criminosa responsável pelo desvio de milhões de reais do futebol de MS. Mesmo assim, ele insiste em retomar a presidência, bancando um advogado particular para tentar anular sua destituição.

Em um dos recursos movidos, Cezário busca levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas o desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho, vice-presidente do Tribunal de Justiça de MS (TJMS), determinou que o ex-presidente prove sua alegada incapacidade financeira. "Assinala-se que o recorrente deve apresentar documentos que evidenciem veementemente a incapacidade de custear as despesas processuais", afirmou o magistrado, concedendo um prazo de cinco dias para a comprovação da situação financeira de Cezário.

Além das investigações do Gaeco, a FFMS apresentou diversas evidências para justificar a destituição de Cezário, incluindo o desvio de mais de R$ 2 milhões para parentes e a omissão de informações financeiras. Segundo a federação, Cezário praticou atos administrativos irregulares, como "falsificação de carimbos de estabelecimentos comerciais" e "gestão que não coaduna com as boas práticas administrativas". Esses elementos foram expostos na Operação Cartão Vermelho, que revelou uma série de irregularidades dentro da entidade.

No dia 14 de outubro de 2024, a FFMS convocou uma assembleia extraordinária que resultou na destituição de Cezário do cargo de presidente, após um longo processo de investigações. Ele foi preso na operação "Cartão Vermelho", sob acusação de peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e outros crimes. Atualmente em liberdade provisória, com tornozeleira eletrônica, Cezário segue aguardando julgamento, enquanto a FFMS passou a ser comandada interinamente por Estevão Petrallas, que foi eleito presidente em abril de 2025.

 • Saiba mais sobre a operação “Cartão Vermelho”

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