Lana da Silva Gonçalves, identificada como alvo central do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação Blindagem, deixou a prisão no sábado (20). A decisão foi proferida pela 1ª Vara Criminal, que autorizou a saída mediante uso de tornozeleira eletrônica e cumprimento de prisão domiciliar.
A Operação Blindagem foi deflagrada para desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico interestadual de drogas e resultou na prisão de 28 pessoas. Segundo as investigações, o grupo possui ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e atuava também em crimes como corrupção ativa e passiva, agiotagem, comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro.
Esquema interestadual
As investigações, que se estenderam por 25 meses, apontaram que a organização criminosa distribuía entorpecentes para diversas cidades do interior de Mato Grosso do Sul e para estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Acre, Maranhão e Goiás.
Para ocultar a droga, o grupo utilizava caminhões com fundo falso, transportando produtos alimentícios lícitos com nota fiscal para dificultar fiscalizações nas rodovias. Também foram identificadas remessas enviadas por Sedex, por meio dos Correios, além do transporte em veículos de passeio, utilitários e até em vans com passageiros.
Ligação com o PCC
A apuração revelou ainda que a organização contava com apoio do PCC, inclusive de integrantes da alta cúpula, para ampliar o tráfico e impor punições violentas a membros em débito com o grupo criminoso. Entre as práticas identificadas estão extorsões com uso de armas de fogo, violência e cárcere privado de vítimas, com o objetivo de garantir o pagamento de dívidas relacionadas ao tráfico de drogas e à agiotagem.
A Operação Blindagem segue sendo um dos principais desdobramentos do combate ao crime organizado em Mato Grosso do Sul, com investigações ainda em andamento.
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