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Esporte Sábado, 10 de Outubro de 2009, 09:17 - A | A

Sábado, 10 de Outubro de 2009, 09h:17 - A | A

Começa \"decisão\" para Argentina de Maradona

Da Redação - (ME) - (www.capitalnews.com.br)

Desde que aceitou dirigir a seleção argentina, no dia 28 de outubro de 2008, Maradona sabia do risco de ter sua imagem de ídolo arranhada. Como técnico, o caminho poderia ser ainda mais glorificado ou espinhoso a ponto de mexer com o status de intocável. Por culpa do destino ou não, o “D10S” – mistura de 10 com Deus em espanhol – seguiu a segunda opção. E vê, neste sábado, às 19h (de Brasília), contra o Peru, no Monumental de Nuñez, o desafio mais importante de sua inexperiente carreira: classificar a Argentina para a Copa do Mundo de 2010.

A tarefa, no entanto, está dividida em dois capítulos. Na próxima quarta, os hermanos visitam o Uruguai, no Centenário de Montevidéu, no jogo que pode ser um embate direto pela vaga na repescagem contra o quarto colocado da Concacaf – atualmente a Costa Rica, do técnico brasileiro René Simões. Com 22 pontos em 16 partidas, os argentinos ocupam a quinta colocação nas eliminatórias sul-americanas, enquanto os peruanos, com 10, são os lanternas.

Maradona atinge número significativo: 78 jogadores convocados

A pressão pelos resultados positivos é cada vez maior. Durante a semana, Maradona queixou-se da AFA por não ter interferido na escalação do lateral-direito Zabaleta e do atacante Tevez no empate do Manchester City, segunda-feira, pelo Inglês, e chegou a afirmar que só seguiria no comando após as eliminatórias se fosse sob suas condições. Nesta quinta, voltou atrás e disse que fará outra reunião com Julio Grondona, presidente da federação.

A confusão com as palavras também pode ser traduzida para o campo. Ao todo, Dieguito convocou 78 jogadores em pouco menos de um ano (oito convocações). A efeito de comparação, Dunga chamou 80 para a seleção brasileira desde o amistoso contra a Noruega, em agosto de 2006. Na lista de Maradona, nomes pouco conhecidos como Franco Zuculini, do Hoffenheim-ALE, e a presença maciça de atletas que atuam na Argentina, como Schiavi (Estudiantes), Emiliano Papa, Sebá Dominguez e Nicolás Otamendi (Vélez). Há um motivo.

– Existe uma diferença entre os jogadores de fora e daqui. Como foi contra o jogo contra o Paraguai, com jogadores entregados, sem coragem e apetite, digamos. Por lógica, os que atuam por aqui ainda têm que mostrar serviço – afirmou Carlos Carpaneto, jornalista do diário “Olé”.

Preferência é por saída do treinador

Maradona se tornou uma incógnita até mesmo para o povo argentino. Uma enquete no site do diário “Olé” perguntou se o treinador deveria continuar após as eliminatórias. Até a noite desta sexta-feira, o resultado apontava 64% a favor de sua saída. Horacio Paganini, um dos primeiros jornalistas a “descobrir” Diego quando ainda despontava no Argentino Juniors, aos 16 anos, confirmou que a sua popularidade foi abalada após duas vitórias e quatro derrotas em jogos oficiais na atual temporada.
– O Maradona jogador sempre será diferente do Maradona treinador. Quando assumiu falou que não lhe importava os riscos, mas hoje podemos afirmar que muita gente perdeu confiança nele – disse.

O comentarista de futebol argentino do SporTV, Manolo Epelbaum, foi além ao comentar sobre a situação de Maradona.

– A admiração por ele certamente sofreu um abalo. Nada absoluto, porque diria que isso, assim como um ídolo absoluto, jamais existiu. Nem o próprio Pelé teve unanimidade em função da idolatria. O vejo um pouco perdido, num momento contra ele mesmo, em desacordo com a sua linha de comportamento. E a situação da Argentina é caótica. Um passo em falso será suficiente para tirar a seleção da Copa do Mundo – contou.

O pessimismo geral, no entanto, pode se dissipar caso a equipe de Maradona faça o dever de casa e os uruguaios percam no Equador. Combinação suficiente para garantir ao menos uma vaga na repescagem e aliviar a tensão para a tão decisiva quarta-feira.

Margem de erro zero diante de um Monumental não tão cheio

Com sete mudanças em relação ao time que foi derrotado para o Paraguai, a Argentina joga sem poder dar chance ao azar. A maior aposta consiste no trio Aimar, Híguain e Messi, que atuará pela primeira vez junto na seleção. O atacante do Real Madrid, inclusive, fará sua estreia pela seleção.

E a resposta foi boa. No último coletivo antes da partida, nesta sexta, os titulares venceram por 1 a 0, com gol de Messi. Os reservas atuaram no esquema 4-5-1, provavelmente que o Peru utilizará para se fechar no Monumental de Nuñez. No fim da atividade, Maradona deu atenção às bolas paradas defensivas, ponto fraco nos últimos jogos.

Os peruanos chegam animados com uma possível “dobradinha”. Em 1969, um empate por 2 a 2 em La Bombonera deixou a Argentina fora da Copa do Mundo de 1970, justamente a última ausência dos hermanos em um mundial. A motivação poderia ser ainda maior caso as suspeitas de “mala-branca” fossem confirmadas. Uruguai e Equador seriam os maiores interessados em um tropeço da seleção de Maradona.

– Sim, eu aceitaria um incentivo, e isso não pioraria meu rendimento em campo, porque na hora de jogar não se pensa no dinheiro, mas em fazer um bom trabalho – declarou o goleiro Butrón.

O público, no entanto, não será dos melhores para a decisão. A AFA confirmou nesta sexta-feira que colocou 42 mil ingressos à venda e espera cerca de 35 mil no estádio do River Plate, que tradicionalmente recebe os jogos da seleção.(Fonte: Globoesporte.com)

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