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ENTREVISTA Sábado, 20 de Maio de 2023, 13:47 - A | A

Sábado, 20 de Maio de 2023, 13h:47 - A | A

Entrevista

Lúpus não tem cura, mas portador pode viver bem com controle

A doença não há causas específicas definidas e pode surgir em qualquer época da vida, diz reumatologista

Renata Silva
Especial para o Capital News

Uma doença que pode surgir em qualquer época da vida e não tem cura. Ainda assim, é possível conviver com ela desde que o paciente siga o tratamento de forma adequada, nós estamos falando do Lúpus. No Brasil, existem cerca de 65.000 pessoas com a doença, sendo a maioria mulheres. Acredita-se assim que uma a cada 1.700 pessoas do sexo feminino no Brasil tenha a doença.

Divulgação

Lúpus não tem cura, mas portador pode viver bem com controle

Veruska Gomes Atalla de Oliveira, médica Reumatologista


No dia 10 de maio é celebrado o Dia Mundial do Lúpus, a data chama a atenção para o impacto que a doença tem sobre as pessoas, focando na necessidade de melhorar os serviços de saúde para o paciente; aumentar a pesquisa sobre suas causas e sua cura. O Capital News conversou com a médica Reumatologista Veruska Gomes Atalla de Oliveira.

Formada em 2007 em Medicina pela Universidade Grande Dourados, Veruska fez a sua residência Clínica no Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul em 2009. Depois atuou também em Reumatologia pelo Hospital Universitário em 2012.

Atualmente é coordenadora do Programa de residência médica/Serviço de Clínica Médica e Diretora Clínica do Hospital do Coração do Estado.

 

• Leia também:
Reportagem Especial | Vivendo com Lúpus: Os desafios da doença

 

1. Capital News: O que é lúpus?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: O lúpus eritematoso sistêmico (les ou lúpus) é uma doença inflamatória crônica de origem auto-imune. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça ou sexo, mas as mulheres geralmente são mais acometidas.

2. Capital News: Quais as principais causas do Lúpus?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: Não há causas específicas definidas. Há uma predisposição genética que, aliada a outros fatores (ambientais, hormonais, infecciosos e outros), desencadeiam a doença (alterações imunológicas).

3. Capital News: Quais os diferentes tipos de lúpus?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: Há o lúpus cutâneo ( pele) e o lúpus sistêmico, que pode acometer diversos órgãos do corpo.

4. Capital News: Quais os sintomas para o lúpus?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: Desde sintomas gerais/inespecíficos, como mal-estar, cansaço, febre baixa, perda de apetite, emagrecimento, até sintomas de acometimento da pele, articulações e outros órgãos do corpo.

5. Capital News: Como é feito o diagnóstico do lúpus?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: Falamos que fazer o diagnóstico de uma doença autoimune como o lúpus é como se montássemos um grande quebra-cabeça com a seguintes peças: História clínica do paciente, história familiar, análise do estilo de vida, avaliação de seus sintomas, exame físico completo, análise de exames complementares (quando necessário solicitá-los), entre outros.

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Lúpus não tem cura, mas portador pode viver bem com controle

Veruska Gomes Atalla de Oliveira, médica Reumatologista


6. Capital News: Qual o melhor tratamento para o lúpus?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: O tratamento é sempre individual, personalizado e multidisciplinar, incluindo uso de medicamentos específicos que auxiliam na “regulação” do sistema imunológico, além de outras terapias como: Psicoterapia, fisioterapia, terapia ocupacional, acompanhamento nutricional, por exemplo.

7. Capital News: Lúpus tem cura? Quais risco de morte?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: É uma doença crônica, mas que pode chegar à remissão, ou seja, controle de atividade da doença/dos sintomas.

Em casos de não controle adequado de sua atividade, há risco de morte.

 

8. Capital News: Como prevenir o lúpus?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: Há algumas medidas que auxiliam no controle da atividade da doença, como: Cuidados com a exposição solar, evitar alimentos industrializados/processados, prática regular de atividade física, atenção à saude mental, procurar ter uma boa noite de sono, procurar atendimento especializado aos mínimos sinais/sintomas que possam apontar atividade inflamatória.

10. Capital News: O que a pessoa tem que evitar?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: Evitar principalmente exposição excessiva ao sol sem proteção, alimentos processados/industrializados, sedentarismo, estresse emocional, infecções ( atenção aos hábitos de higiene pessoal, por exemplo), cigarro, consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

11. Capital News: Hábitos que ajudam no tratamento da doença?
Veruska Gomes Atalla de Oliveira: Consumos de alimentos naturais, prática regular de atividade física, manutenção do sono reparador, cuidados com a saúde mental, uso regular dos medicamentos (quando prescritos), acompanhamento regular com especialista.

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