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ENTREVISTA Sábado, 15 de Abril de 2023, 13:46 - A | A

Sábado, 15 de Abril de 2023, 13h:46 - A | A

Entrevista

Abril Azul: Mês de Conscientização sobre o Autismo

O transtorno afeta cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil

Renata Silva
Especial para o Capital News

Nas ruas, escolas, em crianças, jovens e também adultos, o autismo pode afetar qualquer pessoa, não depende de classe social, sexo e como você viu, nem idade, mas você sabe o que é, o que causa e como tratar? O Capital News entrevistou uma especialista em Neurologia infantil a Maria Eulina Quilião que vai trazer as respostas.

Acervo pessoal

Abril Azul: Mês de Conscientização sobre o Autismo

O autismo funciona em níveis, ou seja, ele pode se manifestar de forma leve até uma forma mais severa, diz especialista em Neurologia infantil a Maria Eulina Quilião


Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o transtorno de Espectro Autista (TEA) – mais conhecido como autismo afeta o desenvolvimento neurológico e resulta em alterações na comunicação (sobretudo na fala), dificuldade nas interações sociais e repetição de comportamentos. Ele pode ser identificado ainda nos primeiros anos de vida, embora o diagnóstico de um profissional seja dado apenas entre os 4 e 5 anos de idade.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), no Brasil esse transtorno afeta cerca de 2 milhões de pessoas. Apesar desse número alto, o preconceito em torno do tema ainda é presente na sociedade, entre os principais motivos está a desinformação.

Com o objetivo de conscientizar as pessoas e dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi criado o abril azul pela ONU (Organização das Nações Unidas). Neste mês são realizadas campanhas, ações e palestras sobre o tema com o foco na informação.

O autismo funciona em níveis, ou seja, ele pode se manifestar de forma leve até uma forma mais severa. Esse diagnóstico detalhado será dado por um profissional da saúde.

 

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1. Capital News: Os primeiros sinais podem ser notados em bebês nos primeiros meses de vida?
Maria Eulina Quilião: Sim, alguns sinais de suspeição podem ocorrer nos primeiros meses, com atitudes, como por exemplo, não fixar o olhar na mãe durante a mamada. No entanto, para fixar um diagnóstico é necessário procurar um neurologista infantil.

2. Capital News: Uma criança com transtorno do espectro autista pode apresentar quais sinais?
Maria Eulina Quilião: Atraso na fala, dificuldade na interação com crianças da mesma idade, comportamento repetitivo e restrito. Esses quadros devem se apresentar SEMPRE antes de 36 meses de idade. Lembrando que antes dos 4 anos falamos em suspeita e não em diagnóstico pela imaturidade cerebral, porém ainda que apenas na suspeita, deve se iniciar, de forma precoce e ininterrupta terapias capacitadas no TEA.

3. Capital News: Embora ainda não tenha cura, o TEA pode ser tratado de outras formas quais?
Maria Eulina Quilião: O tratamento consiste de forma geral a terapias com especialistas das áreas de fonoaudiologia especialista em TEA, terapia ocupacional especialista em TEA e interação sensorial

4. Capital News: A conduta indicada vai depender da gravidade do transtorno e da idade da criança?

"Dependendo da gravidade, é indicado a quantidade de terapias para o pacientes"

Maria Eulina Quilião: Sim. Dependendo da gravidade, é indicado a quantidade de terapias para o pacientes

5. Capital News: O que é autismo?
Maria Eulina Quilião: Hoje não falamos de autismo e sim o espectro por ter inúmeras formas. Trata-se de um transtorno global do desenvolvimento caracterizado por alteração na fala e comportamento, assim como alterações na interação social.

6. Capital News: Quando é possível identificar os graus de autismo?
Maria Eulina Quilião: Apenas após 6 anos podemos classificar em grau 1-2-3, conforme a necessidade de assistência. O TEA no nível , praticamente não necessita de assistência.

7. Capital News: A ocorrência do autismo em homens é muito maior do que em mulheres?
Maria Eulina Quilião: Até o momento os estudos indicam maior incidência no sexo masculino, no entanto a ciência ainda não explica o porque.

8. Capital News: A família deve ser acompanhada? Se sim, de qual forma?
Maria Eulina Quilião: Não basta fazer ter uma suspeita, a família deve ser bem orientada pela importância da equipe multidisciplinar, que vai mudar o prognóstico da criança e de seus direitos.

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