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Economia Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014, 10:37 - A | A

Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014, 10h:37 - A | A

Usuários não entendem aumento de 10,74% na tarifa de ônibus que vai custar R$ 2,99

Taciane Peres - Capital News

Com a notícia do reajuste no valor do transporte coletivo de Campo Grande, em torno de 10,74%, passando de R$ 2,70 para R$ 2,99 a população não recebeu de forma positiva a informação e cobra explicações ao poder público sobre o aumento da tarifa. O Capital News ouviu nesta segunda-feira (10) usuários do transporte coletivo que consideraram o aumento abusivo e não entendem o reajuste.

A aposentada Rosa Pires, de 57 anos, não concorda com a mudança e destaca a falta de compromisso com as melhorias no transporte. “Acho um absurdo esse aumento, eu não estava sabendo e fui informada agora por vocês. Agora o salário vai ter que aumentar né? Como vamos ficar? É uma lástima você ver um ônibus superlotado, pessoas apertadas, não tem bancos suficientes, os motoristas recebem mal e quem paga pelo péssimo serviço é o consumidor, agora eu estou preocupada”, lamenta a usuária do transporte.

Já a estudante, Letícia Santos, 21 anos, sugeriu a troca do transporte por um veículo econômico e sustentável, a bicicleta. “Agora com o aumento do transporte acho que vou começar a andar de bicicleta. Assim eu economizo e ajudo o meio ambiente. Se o ônibus pelo menos fosse confortável, tivesse ar condicionado a gente ainda dava um desconto, mas infelizmente o que fazem é só colocarem na nossa conta”, destaca a estudante.

O autônomo, Adenor Cabral, de 57 anos começou a fazer as contas de quanto vai ter que gastar por mês, já que utiliza ônibus diariamente, pois seu trabalho exige flexibilidade de transporte. “Eu sou autônomo e, às vezes, uso o ônibus para economizar na gasolina. Agora a gasolina aumentou, a taxa do coletivo aumentou então fica muito pesado para o consumidor e isso influencia dentro de casa, eu estou pensando seriamente em trocar de transporte para poder trabalhar, pois o valor vai pesar no fim do mês”, afirma Adenor.

Para Valbercley da Graça, a situação fica mais complicada, pois ele pega quatro ônibus ao dia para ir a faculdade. “Eu nem sei como vou fazer a partir de agora, minha faculdade é muito longe de casa e não tenho carro. Sou obrigado a ir de ônibus, está muito complicado. Se eu ficar sem pagar o 1 centavo de diferença eles vão deixar eu passar? E se eles não me derem o troco? Quanto eu vou perder por mês e por ano? Pra eles podem não fazer diferença, mas para mim vai fazer e muita", destaca o estudante.

A empresa que explora o serviço, o Consórcio Guaicurus, apresentou planilha solicitando reajuste de 13,33%, e com isso a tarifa chegaria a R$ 3,06, a justificativa da empresa foi o impacto do aumento de 5% no preço do litro do óleo diesel, em vigor desde ontem. Segundo o contrato de concessão do serviço, o reajuste deveria ter entrado em vigor no dia 25 de outubro. De acordo com a justificativa da empresa, o combustível corresponde a 25% do custo operacional do transporte, abaixo da mão de obra, que representa 40% das despesas.

O prefeito Gilmar Olarte (PP), revelou na manhã desta segunda-feira (10) em evento no Detran da Capital com os guardas municipais, que considera justa a mudança na tarifa. “Há três anos não se aumenta a tarifa do transporte coletivo. Nós precisamos reajustar para trazer mais melhorias para a comunidade. Vou dar um exemplo, se o salário do trabalhador ficar sem reajuste para o trabalhador, o que vai acontecer? Vai ficar complicado. É a mesma coisa com o IPTU, com a gasolina e agora com o transporte coletivo. Temos que parar de conversa fiada e ir pela lógica, é preciso aumentar para termos mais melhorias nos ônibus coletivos da Capital”, finaliza o prefeito.

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