A caderneta de poupança captou (teve mais depósitos do que retiradas de recursos) R$ 3,65 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa o melhor resultado para este período desde 1997, segundo revelou nesta segunda-feira (7) o Banco Central. Sobre igual período do ano passado, o crescimento foi de 24%. Em 2007, a poupança bateu todos os recordes ao captar R$ 33 bilhões.
Somente em março, os depósitos na mais tradicional modalidade de investimentos do país superaram as retiradas de recursos em R$ 1,08 bilhão. Isso representou, porém, queda frente a março do ano passado, quando a poupança captou R$ 1,54 bilhão.
No mês passado, os depósitos em caderneta de poupança somaram R$ 97,89 bilhões, enquanto as retiradas totalizaram R$ 96,80 bilhões. O saldo da poupança no fim do período, isto é, o volume de recursos aplicado na modalidade de investimentos, somou R$ 242 bilhões, informou o BC. No fim de 2007, o saldo estava em R$ 235,2 bilhões.
Motivos para o crescimento
O crescimento da economia brasileira, com aumento do emprego e, principalmente da renda, estão entre os principais fatores para o crescimento da captação da poupança nos últimos meses.
A estabilidade na taxa de juros também ajudou a poupança, uma vez que o seu rendimento ficou bem próximo ao dos fundos de renda fixa. As aplicações em poupança não são tributadas pelo Imposto de Renda, e que também não há taxa de administração. Com a possível subida de juros neste mês, conforme previsão do mercado financeiro, a modalidade pode perder um pouco de sua atratividade.
Financiamento da casa própria
A poupança é composta por duas modalidades: o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), correspondente às aplicações tradicionais da população, e a poupança rural.
No primeiro caso, 65% dos recursos são direcionados para financiamentos da casa própria e, na modalidade rural, os recursos são canalizados para o desenvolvimento da agricultura.
Recentemente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou os bancos que captam recursos pela poupança rural a utilizarem até 10% destes valores para empréstimos para o financiamento da compra da casa própria - o que pode aumentar o volume de recursos disponível para a população.