A unidade da Perdigão em Dourados concede, a partir de hoje, férias coletivas para 1.600 funcionários. Mesmo com o anúncio de que a China habilitou 22 frigoríficos brasileiros para exportar carne de frango in natura, entre elas as unidades da Seara, de Sidrolândia e Perdigão de Dourados, não seria possível reverter as férias que já estavam programadas, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação, José Erivaldo Lima.
Ele explica que para conceder as férias coletivas e parar por 30 dias a produção, foi necessário suspender a incubação de frangos. “Mesmo que se quisesse reverter não teria como, pois não existe frango para abater”, afirma ele.
As férias coletivas foram medidas paliativas para evitar demissões por causa da crise financeira e das enchentes em Santa Catarina, que prejudicou as exportações pelo Porto, acumulando os estoques.
Segundo a Assessoria de Imprensa da Perdigão, a habilitação concedida pela China não seria um processo rápido, e por isso daria tempo em conceder as férias coletivas, que vão durar até dia 13 de março, quando a Perdigão deverá voltar a abater.
Em Dourados, o sindicalista vê com otimismo a expectativa da Perdigão vender para a China, sinal que as exportações vão melhorar e a empresa voltar a abater em grande escala. “Na verdade nunca houve anúncio de demissões, apenas uma parada técnica provocada pelo acúmulo de estoque”, ressaltou. A produção da Perdigão é de aproximadamente 120 mil frangos por dia. “A previsão é que a empresa libere neste período todo o estoque”, observou.
A expectativa é de que toda a cadeia produtiva seja impulsionada pela venda do produto aos asiáticos, segundo o superintendente Federal de Agricultura de MS, Orlando Baez.
Segundo ele, essa é a primeira vez que a China oficializa a compra de carne de frango do Brasil. Até então, apenas Hong Kong importava, informalmente, alguns cortes de segunda, como pé de galinha, além da ponta e do meio da asa. (Dourados Agora)
