Enquanto o faturamento real da indústria de transformação caiu 5,3% no Brasil em agosto, na comparação com julho, o cenário em Mato Grosso do Sul segue positivo. Os segmentos da Transformação, Construção, Serviços Industriais de Utilidade Pública e Extrativo Mineral mantêm ritmo de crescimento e geração de empregos.
De janeiro a agosto deste ano, o setor industrial sul-mato-grossense criou 12.200 vagas formais, o que representa 41% de todos os empregos gerados no Estado, conforme levantamento do Observatório da Indústria da Fiems (Federação das Indústrias de MS).
Entre as atividades que mais contrataram estão construção de edifícios (+4.636), abate de bovinos (+1.721), abate de suínos (+812) e fabricação de álcool (+808). Outros setores também registraram saldo positivo, como obras de terraplanagem (+643), construção de rodovias (+581), fabricação de celulose (+530), montagem de estruturas metálicas (+266) e fabricação de pré-moldados de concreto (+234).
Segundo o economista-chefe da Fiems, Ezequiel Resende, o desempenho demonstra a força do setor industrial no Estado. “Com esse resultado, o setor encerrou agosto com mais de 170 mil trabalhadores formais, sendo 121,7 mil na Indústria de Transformação, 35,9 mil na Construção, 8,5 mil nos Serviços Industriais e 4,7 mil na Indústria Extrativa Mineral”, detalhou.
Municípios em destaque
Os municípios com maior saldo positivo foram Inocência (+2.336), Campo Grande (+2.249), Nova Alvorada do Sul (+1.044), São Gabriel do Oeste (+883) e Ribas do Rio Pardo (+841). Inocência se destaca pelo avanço das obras de construção de uma nova indústria de celulose.
Outras cidades também contribuíram com números expressivos, como Três Lagoas (+590), Aparecida do Taboado (+555), Dourados (+427), Naviraí (+351), Rio Verde de Mato Grosso (+276), Bataguassu (+259) e Mundo Novo (+242).
Cenário nacional
Enquanto Mato Grosso do Sul registra alta na geração de empregos, o faturamento da indústria nacional apresentou retração em agosto, conforme os Indicadores Industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Após sete meses de crescimento, o índice passou a cair e agora acumula alta de 2,9% em 2025, contra 5,1% no mesmo período de 2024. Segundo Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI, a queda é explicada por três fatores principais:
Juros elevados, que afetam o crédito e o crescimento econômico;
Entrada de produtos importados, que tomam espaço do mercado interno;
Valorização do real, que encarece os produtos brasileiros no exterior e prejudica as exportações.
Emprego industrial no Brasil
No país, o emprego industrial manteve estabilidade pelo quarto mês consecutivo. Apesar disso, o indicador acumula alta de 2,2% entre janeiro e agosto deste ano.
Já a massa salarial recuou 0,5% entre julho e agosto e acumula queda de 2% em relação a 2024. O rendimento médio dos trabalhadores também caiu, com retração de 0,6% no mês e 4,1% no acumulado do ano.