A Raízen acertou a venda da usina de Leme por R$ 425 milhões para a Ferrari Agroindústria S.A. e a Agromen Sementes Agrícolas Ltda, como parte de um plano mais amplo de reestruturação financeira. O negócio, fechado na última segunda-feira (12), está alinhado com a estratégia da nova direção da companhia de redução do endividamento.
De acordo com relatório do BTG Pactual, a transação é um reflexo direto do novo foco da empresa. “A decisão de vender usinas de cana-de-açúcar, junto com outros ativos que, segundo relatos, também foram colocados à venda, faz parte disso. O senso de urgência já havia sido acionado e agora está se concretizando”, escreveram os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.
Apesar de destacarem que o valor de venda possa parecer pouco atrativo à primeira vista, os analistas ponderam que a operação pode, sim, ser positiva para a companhia. Assumindo que a usina esteja moendo 1,5 milhão de toneladas de cana, isso implicaria em um múltiplo EV/tonelada de apenas US$ 50, muito abaixo do custo de reposição de uma planta similar hoje.
“Isso provavelmente representa menos da metade (ou talvez um terço) do custo de reposição de uma usina de cana-de-açúcar atualmente. Dito isso, acreditamos que a usina de Leme possivelmente está entre as de pior desempenho do portfólio da Raízen, o que significa que é muito melhor vendê-la do que permitir que continue drenando o caixa da empresa”, avaliaram.
No entendimento do BTG, o múltiplo implícito da transação pode ser positivo, considerando o objetivo maior da desalavancagem do balanço. A Raízen divulga nesta terça-feira (13) os resultados do quarto trimestre da safra 2024/2025 (4T25), o que deve lançar luz sobre o impacto da operação e os próximos passos da companhia.