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Agronegócio Sexta-feira, 08 de Agosto de 2025, 15:47 - A | A

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Segunda Safra

Milho safrinha pode gerar prejuízo de R$ 1,8 bilhão em Mato Grosso do Sul

Chuvas no fim do ciclo, geadas e atraso na colheita agravam perdas

Viviane Freitas
Capital News

As perdas da segunda safra de milho em Mato Grosso do Sul podem ultrapassar R$ 1,8 bilhão, segundo estimativa da Aprosoja-MS e do Sistema Famasul. A projeção considera os impactos do clima adverso, atraso na colheita e queda na qualidade das lavouras. Cerca de 459,8 mil hectares estão classificados como “regulares” ou “ruins”, o que representa mais de 20% da área total cultivada no estado.

Com uma produtividade média estimada em 80 sacas por hectare e preço médio de R$ 49 por saca, a produção perdida pode chegar a quase 37 milhões de sacas. “Essa é uma safra que começou promissora, mas fatores como ventos fortes, geadas e estiagens mudaram totalmente o cenário”, explicou Flávio Aguena, assessor técnico da Aprosoja-MS.

Outro agravante foi o atraso na colheita, que até o início de agosto havia alcançado apenas 42,7% da área total, muito abaixo dos 77,9% registrados no mesmo período do ano passado. “Houve um escalonamento maior no plantio por causa do déficit hídrico no início do ciclo, e isso gerou um desenvolvimento desuniforme das lavouras”, afirmou Aguena. O atraso também deixa a produção mais exposta a riscos como chuvas e ventanias.

Além disso, produtores têm enfrentado dificuldades com o alto custo de produção e redução da rentabilidade, o que já levou muitos a reduzir a área de milho em comparação com anos anteriores. Atualmente, a segunda safra de milho ocupa 46% da área da soja no estado, frente aos 75% registrados em ciclos anteriores. Culturas como sorgo e braquiária vêm ganhando espaço por apresentarem menor risco climático e custo reduzido.

“Colher milho muito úmido aumenta o custo com secagem, mas esperar demais pode resultar em perdas maiores no campo”, alertou Aguena. Ele orienta os produtores a monitorarem a previsão do tempo e o ponto ideal de umidade dos grãos. Apesar das perdas, a produção total ainda é estimada em 10,2 milhões de toneladas, com produtividade média de 80,8 sacas por hectare – um crescimento de 20,6% em relação à safra anterior, mas ameaçado pelas adversidades.

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