A Santa Casa de Campo Grande limitou os atendimentos pediátricos em seu pronto-socorro devido à superlotação da ala vermelha. Em nota, o hospital informou que o bloqueio se deve à falta de estrutura adequada, incluindo a insuficiência de pontos de cuidado. Assim, apenas casos de emergência e crianças encaminhadas com exclusividade estão sendo atendidas.
A direção informou que a área pediátrica da ala vermelha conta com três pontos de cuidado, mas desde maio opera com o dobro da capacidade instalada. “Seguimos empenhados em garantir assistência médica à população dentro das condições disponíveis”, diz a nota oficial da instituição.
Em maio, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) conseguiu ampliar leitos para adultos, mas os pediátricos continuaram sem expansão. No dia 22, a Santa Casa já havia comunicado o bloqueio dos atendimentos, informando que a ala vermelha adulta tinha apenas seis leitos disponíveis para 20 pacientes, enquanto a pediátrica atendia seis crianças com apenas três leitos, cinco delas em respiradores.
Na ocasião, o hospital destacou que os leitos são de responsabilidade da prefeitura e que opera além da capacidade contratual. A Sesau declarou que nenhum hospital da Capital tem estrutura para abrir novos leitos pediátricos, e que não havia previsão para expansão.
De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes), Campo Grande possui atualmente 132 leitos de pediatria clínica, sendo 36 deles da Santa Casa — o maior número entre os hospitais da Capital.
A crise levou à apresentação de um pedido de CPI na Câmara Municipal, com 14 assinaturas. A proposta, do vereador Rafael Tavares (PL), visa investigar a situação financeira do hospital, que alega um déficit mensal de R$ 13 milhões nos atendimentos via SUS e aponta falta de transparência na gestão da unidade.