A Rota Bioceânica, corredor rodoviário que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico, teve as obras retomadas no trecho paraguaio com um investimento de 354 milhões de dólares. O projeto é visto como estratégico para o agronegócio brasileiro, especialmente no Centro-Oeste, ao oferecer uma alternativa mais rápida e econômica para exportação à Ásia.
A ligação principal para o Brasil é entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai), onde está sendo construída uma ponte de 1.294 metros sobre o Rio Paraguai, financiada pela Itaipu Binacional. A conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2026, com reforço nos acessos rodoviários pelo governo estadual.
Com a nova rota, o tempo de transporte de cargas até portos chilenos poderá ser reduzido em até 20 dias. Isso deve diminuir os custos logísticos em até 30%, fortalecendo a competitividade de produtos como soja, milho e carne no mercado asiático, além de gerar impactos positivos na economia regional.
Segundo estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), a Rota Bioceânica poderá movimentar até R$ 10 bilhões por ano em exportações, só em Mato Grosso do Sul. A expectativa é ainda pela criação de 5 mil empregos diretos nas obras e mais de 20 mil indiretos na operação.
O corredor terá cerca de 2.400 km, atravessando quatro países: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A estrutura deve transformar a logística sul-americana, fortalecendo a integração regional e oferecendo ao Brasil uma nova alternativa comercial fora do Canal do Panamá.
Apesar dos avanços, o projeto também enfrenta desafios ambientais e sociais. O impacto em áreas sensíveis do Chaco paraguaio e em comunidades indígenas tem exigido acordos socioambientais específicos e medidas de monitoramento para garantir a sustentabilidade da iniciativa.