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Coluna Saúde com H

Dia Mundial do Diabetes: 25% dos homens com disfunção erétil são diabéticos

Por Alan Santana

Da coluna Saúde com H
Artigo de responsabilidade do autor

Entender os sinais do diabetes é essencial para prevenir complicações silenciosas, como a disfunção erétil

Reprodução/Freepik

ColunaSaúdeComH

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O Dia Mundial do Diabetes é celebrado em 14 de novembro. Desde 1991, após iniciativa da Federação Internacional de Diabetes (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a data se tornou um símbolo de conscientização sobre a doença, causada quando o corpo não consegue produzir ou utilizar insulina de forma adequada.

Com cerca de 20 milhões de brasileiros convivendo com a doença, que é crônica, os sintomas podem se manifestar de diferentes maneiras. Um aspecto ainda pouco discutido envolve a disfunção erétil: 25% dos homens diabéticos também apresentam essa condição.

Essa informação foi revelada por uma pesquisa do Dr. Paulo Egydio, que reuniu dados clínicos de 1.902 pacientes para traçar um panorama da disfunção erétil no Brasil e seus efeitos na população.

Entenda o diabetes e seus sinais

O diabetes é uma condição crônica que compromete a forma como o corpo processa a glicose, principal fonte de energia do organismo. As duas formas mais comuns da doença são:

Tipo 1: doença autoimune, geralmente diagnosticada na infância ou adolescência, em que o corpo deixa de produzir insulina. Pacientes dependem de injeções diárias do hormônio.

Tipo 2: a forma mais frequente (cerca de 90% dos casos). O corpo produz insulina, mas não a utiliza de forma eficiente ou a produz em quantidade insuficiente. Fatores como sedentarismo, obesidade e predisposição genética aumentam o risco.

Entre os sinais que podem indicar diabetes estão sintomas que afetam o corpo de maneiras diferentes, desde alterações físicas até mudanças silenciosas no metabolismo e na energia do organismo, como:

● Sede intensa e boca seca

● Urina frequente

● Fadiga constante

● Visão borrada

● Alterações de peso inexplicáveis

● Infecções recorrentes

Diabetes pode afetar a vida sexual

A relação entre diabetes e disfunção erétil ocorre devido a alterações nos nervos, vasos sanguíneos, hormônios e tecidos do pênis. Segundo a pesquisa feita pelo Dr. Paulo Egydio, um em cada quatro homens com disfunção erétil tem diabetes, e a maioria apresenta a doença há mais de cinco anos.

Nesse período, o excesso de açúcar no sangue prejudica a circulação, diminui a sensibilidade e reduz a produção de óxido nítrico, substância essencial para a rigidez peniana.

O impacto da doença na função sexual masculina resulta de diferentes fatores:

Neuropatia diabética: o excesso de glicose danifica os nervos, comprometendo os sinais que controlam a ereção e reduzindo a sensibilidade do pênis.

Alterações nos vasos sanguíneos: o diabetes acelera a aterosclerose, estreitando artérias, inclusive as que levam sangue ao pênis. A menor produção de óxido nítrico dificulta o relaxamento muscular.

Músculo liso comprometido: as células responsáveis pelo enchimento sanguíneo no pênis podem perder eficiência, dificultando início e manutenção da ereção.

Desequilíbrios hormonais: homens com diabetes tipo 2 têm maior risco de deficiência de testosterona, hormônio essencial para libido e saúde peniana.

Inflamação e estresse oxidativo: o excesso de glicose cria um ambiente inflamatório que danifica vasos, nervos e músculos, agravando a disfunção sexual.

Como tratar o diabetes e a disfunção erétil

O manejo da disfunção erétil em pacientes diabéticos exige atenção multidisciplinar. O controle rigoroso da glicemia, hábitos de vida saudáveis e acompanhamento médico são essenciais para aumentar as chances de sucesso no tratamento.

Mudanças como prática regular de exercícios, alimentação equilibrada e abandono do tabagismo impactam positivamente tanto o diabetes quanto a função sexual. Medicamentos específicos para a ereção podem auxiliar, mas sua eficácia depende do controle da glicose e da saúde geral do paciente.

O Dia Mundial do Diabetes reforça a importância da conscientização: identificar a doença precocemente, adotar hábitos saudáveis e buscar tratamento médico pode melhorar a qualidade de vida e reduzir complicações, como a disfunção erétil.

Este texto é informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas sobre diabetes ou disfunção erétil, consulte um profissional de saúde.


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Divulgação

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Dr. Paulo Egydio

Dr. Paulo Egydio
Urologista | PhD pela Universidade de São Paulo (USP)
Especialista em cirurgia reconstrutiva peniana, com foco no tratamento da Doença de Peyronie e na implantação de próteses penianas em casos desafiadores e complexos. Formado pela USP, onde concluiu residência médica e doutorado, complementou sua formação em centros internacionais de excelência, como a Mayo Clinic e a Cleveland Clinic Foundation.

Ao longo de sua carreira, tem se dedicado ao avanço técnico-científico da urologia reconstrutiva, realizando centenas de procedimentos, incluindo cirurgias ao vivo apresentadas em universidades e congressos internacionais. Já proferiu mais de 100 palestras e participou ativamente como debatedor em eventos científicos de destaque.

É autor e coautor de mais de 50 publicações, entre artigos científicos e capítulos de livros, com contribuições relevantes para a padronização e o refinamento das técnicas cirúrgicas aplicadas à saúde sexual masculina."

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