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Saúde com H Domingo, 28 de Setembro de 2025, 14:43 - A | A

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Coluna Saúde com H

Homens jovens lideram uso de medicamentos para sexo por pressão de performance

Por Dr. Paulo Egydio

Da coluna Saúde com H
Artigo de responsabilidade do autor

Pesquisa aponta que a automedicação sexual é mais frequente entre homens jovens devido a fatores socioculturais e ansiedade de desempenho

Reprodução/Pixabay

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O uso de medicamentos para melhorar o desempenho sexual vem se tornando cada vez mais comum no Brasil, principalmente entre homens jovens. É o que mostra um levantamento inédito realizado com 1.902 pacientes do urologista Dr. Paulo Egydio, com o objetivo de traçar o panorama da disfunção erétil no país.

Um dos pontos investigados pela pesquisa foi o uso de substâncias sem diagnóstico de impotência, predominante entre a população mais jovem. O estudo também levantou a hipótese de que a pressão social por performance e outros fatores emocionais ajudam a explicar esse comportamento.

Pesquisa revela perfil jovem de automedicação

O levantamento indica que 20% dos homens sem diagnóstico de disfunção erétil usam medicamentos para melhorar o desempenho sexual. O dado chama atenção por evidenciar uma conexão direta com pressões externas.

A faixa etária predominante vai dos 20 aos 40 anos, com idade média de 42 anos entre os usuários. São homens sexualmente saudáveis que recorrem aos fármacos como forma de reforço, mesmo sem apresentar dificuldade de ereção.

Segundo especialistas, aspectos socioculturais e pressão por performance parecem ser os principais motores desse comportamento. A cobrança por corresponder a padrões de virilidade ajuda a explicar a procura por medicamentos.

O fenômeno acende um sinal de alerta. Embora seguros quando prescritos, os medicamentos podem causar riscos se usados sem acompanhamento médico.

Tadalafila é a substância mais utilizada

A pesquisa feita pelo Dr. Paulo Egydio também mostrou que a tadalafila é o medicamento mais usado por homens sem disfunção erétil, presente em 69% dos casos. Seu efeito prolongado, que pode durar até 36 horas, tornou o fármaco popular entre quem busca desempenho.

Já a sildenafila, princípio ativo do Viagra, representa 20% dos usos. Apesar de sua ação mais curta, continua sendo associada à ideia de solução rápida para ereção.

Grande parte desses remédios é adquirida sem receita médica. A facilidade de acesso em farmácias e na internet estimula a automedicação, que pode gerar riscos e interações perigosas com outras substâncias.

Em menor escala, surgem alternativas como injeções Bimix e Trimix, usadas em 2,6% dos casos. Além disso, recursos como extensores, bombas de vácuo ou fisioterapia representam 10% das escolhas.

Educação sexual é essencial para reduzir riscos

A automedicação em saúde sexual pode trazer efeitos adversos, como dor de cabeça, alterações na visão e problemas cardiovasculares, especialmente em pessoas com histórico de doenças cardíacas.

Também existe o risco de dependência psicológica, pois muitos homens começam a relacionar sua capacidade sexual somente ao uso de medicamentos, o que pode aumentar a ansiedade em vez de reduzi-la.

Por isso, a educação sexual tem papel fundamental. Informar sobre os limites do corpo, quebrar tabus sobre masculinidade e estimular o diálogo sobre saúde íntima ajudam a reduzir a pressão sociocultural que alimenta esse comportamento.

Aviso: este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas ou necessidade de tratamento, procure sempre a orientação de um profissional de saúde qualificado.


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Divulgação

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Dr. Paulo Egydio

Dr. Paulo Egydio
Urologista | PhD pela Universidade de São Paulo (USP)
Especialista em cirurgia reconstrutiva peniana, com foco no tratamento da Doença de Peyronie e na implantação de próteses penianas em casos desafiadores e complexos. Formado pela USP, onde concluiu residência médica e doutorado, complementou sua formação em centros internacionais de excelência, como a Mayo Clinic e a Cleveland Clinic Foundation.

Ao longo de sua carreira, tem se dedicado ao avanço técnico-científico da urologia reconstrutiva, realizando centenas de procedimentos, incluindo cirurgias ao vivo apresentadas em universidades e congressos internacionais. Já proferiu mais de 100 palestras e participou ativamente como debatedor em eventos científicos de destaque.

É autor e coautor de mais de 50 publicações, entre artigos científicos e capítulos de livros, com contribuições relevantes para a padronização e o refinamento das técnicas cirúrgicas aplicadas à saúde sexual masculina."

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