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Saúde com H Segunda-feira, 18 de Agosto de 2025, 11:52 - A | A

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Coluna Saúde com H

No mês dos pais, pesquisa do Dr. Paulo Egydio desafia tabus sobre saúde sexual masculina

Por Dr. Paulo Egydio

Da coluna Saúde com H
Artigo de responsabilidade do autor

Estudo com quase dois mil pacientes expõe alta incidência de disfunção erétil e deformações penianas, incentivando debate sobre saúde masculina

Reprodução/Freepik

ColunaSaúdeComH

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Comemorado em 10 de agosto, o Dia dos Pais é um momento de celebração e convivência com figuras paternas. Mas todo o mês é também uma oportunidade para refletir sobre a saúde sexual dos homens, sobretudo entre os mais velhos.

Apesar de comum, problemas sexuais ainda são considerados tabu por grande parte da população masculina. Seja por vergonha, medo ou desinformação, muitos evitam procurar ajuda mesmo quando enfrentam dificuldades.

Esse panorama foi tema de uma pesquisa conduzida pelo Dr. Paulo Egydio, que analisou dados de 1.902 pacientes com o objetivo de compreender o cenário da saúde sexual masculina no Brasil.

Disfunção erétil atinge maioria dos pacientes ouvidos

O estudo revelou que 61,49% dos participantes apresentavam disfunção erétil. O número evidencia a dimensão do problema, sobretudo em uma amostra com peso clínico relevante.

A idade média dos homens com o diagnóstico foi de 48 anos, o que sugere uma antecipação dos sintomas. Isso acende o alerta para a presença da condição em faixas etárias mais jovens, uma tendência crescente nos últimos anos.

Outro dado mostra que 59,2% dos pacientes com disfunção erétil estavam impossibilitados de realizar a penetração. Essa limitação afeta diretamente a vida sexual e o bem-estar geral dos homens.

Deformações penianas são mais frequentes do que se imagina

Alterações anatômicas também apareceram com frequência entre os entrevistados: 56% relataram mudanças visíveis no pênis. Muitas delas estão associadas à Doença de Peyronie, que provoca curvaturas e deformidades devido ao acúmulo de tecido fibroso.

Geralmente, a Peyronie é desencadeada por traumas na região, mas também pode estar relacionada a distúrbios no tecido conjuntivo. Entre os pacientes afetados, 57% relataram encurtamento peniano, um dos sintomas mais comuns da condição.

Outro tipo de deformação apontado foi o afinamento peniano, conhecido como “hourglass” ou deformidade em ampulheta, citado por 33% dos homens. Já a curvatura peniana apareceu em 25% dos casos, sendo mais frequente para o lado esquerdo.

Esses sintomas, por afetarem diretamente a autoestima, muitas vezes geram constrangimento. Por isso, a demora em buscar ajuda médica pode agravar o quadro e comprometer ainda mais a saúde sexual.

Tratamentos medicamentosos dividem opiniões

Dos homens diagnosticados com disfunção erétil, 52% já recorreram a algum tipo de tratamento medicamentoso. Apesar disso, muitos ainda não procuraram esse recurso, o que pode indicar desinformação ou receios relacionados ao uso.

A tadalafila foi o remédio mais citado, com 43% dos usuários. Indicada para uso diário, ela oferece maior previsibilidade nos resultados. A sildenafila, popularmente conhecida como viagra, foi mencionada por 23% dos entrevistados, sendo recomendada para uso pontual.

No entanto, a eficácia dos medicamentos nem sempre corresponde às expectativas. Para 44% dos pacientes, houve melhora parcial, mas com falhas. Já 41% afirmaram não ter percebido benefício algum. Apenas 5% relataram que o tratamento foi eficaz como o esperado.

Cuidados que ajudam a preservar a saúde sexual

A saúde sexual é parte essencial da qualidade de vida dos homens. Adotar hábitos saudáveis e consultar profissionais especializados são atitudes que ajudam a prevenir ou amenizar problemas como a disfunção erétil.

Veja algumas práticas que contribuem para o bem-estar sexual masculino:

• Praticar exercícios físicos regularmente

• Manter uma alimentação equilibrada

• Evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco

• Controlar o estresse e a ansiedade

• Visitar um urologista com frequência

Vale ressaltar que este conteúdo tem caráter informativo e não substitui a avaliação médica especializada. Em caso de sintomas ou dúvidas, procure um profissional de saúde.


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Divulgação

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Dr. Paulo Egydio

Dr. Paulo Egydio
Urologista | PhD pela Universidade de São Paulo (USP)
Especialista em cirurgia reconstrutiva peniana, com foco no tratamento da Doença de Peyronie e na implantação de próteses penianas em casos desafiadores e complexos. Formado pela USP, onde concluiu residência médica e doutorado, complementou sua formação em centros internacionais de excelência, como a Mayo Clinic e a Cleveland Clinic Foundation.

Ao longo de sua carreira, tem se dedicado ao avanço técnico-científico da urologia reconstrutiva, realizando centenas de procedimentos, incluindo cirurgias ao vivo apresentadas em universidades e congressos internacionais. Já proferiu mais de 100 palestras e participou ativamente como debatedor em eventos científicos de destaque.

É autor e coautor de mais de 50 publicações, entre artigos científicos e capítulos de livros, com contribuições relevantes para a padronização e o refinamento das técnicas cirúrgicas aplicadas à saúde sexual masculina."

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