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Marco Eusébio Terça-feira, 04 de Outubro de 2016, 07:00 - A | A

Terça-feira, 04 de Outubro de 2016, 07h:00 - A | A

Entrelinhas da Notícia

Com votos, mas sem legenda para se reeleger Luiza desabafa: "lamentável para o PPS"

Da coluna Entrelinhas da Notícia

Por Marco Eusébio
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Coluna Marco Eusébio

Luiza escreve seu desabafo: "Historicamente triste para o PPS"

Considerada uma das vozes mais ativas da Câmara na legislatura que se finda, Luiza Ribeiro (PPS) não conseguiu a reeleição, embora tenha obtido 3.175 votos, mais do que doze dos vereadores eleitos. O motivo, seu partido, o PPS, que não se coligou com outra sigla na disputa, não obteve votação suficiente para alcançar 14.417 votos, o quoeficiente eleitoral que dá direito a cada uma das cadeiras da Câmara. Até o início da campanha, o PPS iria se coligar à Rede, mas optou por chapa única. A Rede se uniu ao PV e reelegeu seu único vereador, Eduardo Romero. Nesta segunda-feira (03) seguinte à eleição, perguntei à vereadora o que ela atribui à sua não reeleição, apesar da boa votação. Ela respondeu:


"Sempre chamamos o PPS à reflexão.

Uma candidatura própria com a dificuldade natural que teríamos com Athayde (não que isso seja pessoal, mas é análise da potencialidade política dele e nossa mesmo para termos sucesso) apenas serviria ao que serviu: levar a candidatura do Governo do PSDB ao segundo turno. Mesmo que isso significasse a derrota mesmo do PPS na representação parlamentar.

A chapa pura foi a consequência da primeira e mais importante tarefa: ter candidatura propria e evitar que o PPS construísse outra aliança que não fosse com o PSDB. Arriscamos nossa pele.

Mas foi consciente. Sabíamos que era essa tarefa que muitos julgavam histórica desse momento. Ou seja, o PPS colaborar com a estratégia eleitoral do PSDB.

Nunca achei isso bom. Acho a candidatura própria importante, mas era preciso que fosse autêntica e com envergadura. Ser parte de estratégia eleitoral do Governo não nos traria sucesso. Também não seria digno, como efetivamente não foi. A chapa pura foi consequência... Mas, também depois, não vimos o esforço necessário, seja do PPS nacional ou estadual, seja do municipal ou do próprio candidato a Prefeito para alavancar a chapa e garantir pelo menos uma vaga, ou duas ou três, como foi proposto ou pensado.

Nossas candidaturas caminharam com suas próprias forças.

Até a solidariedade afetiva nos faltou. Também não interessava ajudar o PPS ter sucesso na proporcional nem na majoritária. Pontualmente o Governo achou em nós disposição para denunciar o seu opositor publicamente, nos prometendo crescimento ou outras possibilidades. Nunca o PSDB e o Governo desejaram ajudar o PPS ter uma vaga na Câmara Municipal. Ao contrário. A eleição de um do PPS reduziria as possibilidades do PSDB.

Assim, servimos a estratégia do PSDB de chegar ao Executivo. O PPS se dispôs a isso. Como estava no itinerário, tivemos uma candidatura própria com imensas dificuldades, servimos no processo para o denuncismo e agora serviremos no segundo turno para engrossar a fileira de partidos que apoiam a candidata do Governador à Prefeitura de Campo Grande.

E, mesmo com toda nossa derrota (na chapa própria ou na chapa pura de proporcionais), mesmo com uma diminuição da credibilidade pública, prosseguimos agora no segundo turno ajudando o Governo. Sinceramente Athayde, acho que não "valeu". Não valeu para o PPS.

O que valeria à pena era ganhar, se não irmos para o segundo turno das eleições e/ou eleger vereadores, ou pelo menos garantir a vaga que já tínhamos ali.

Politicamente lamentável.
Historicamente triste para o PPS.
Luiza Ribeiro"

  

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Nascido em Santo André (SP) e radicado em Campo Grande (MS) desde a adolescência, Marco Eusébio é um dos mais experientes jornalistas de Mato Grosso do Sul. Com um estilo refinado e marcante de escrever, ficou conhecido como autor de uma das mais lidas colunas divulgadas em sites de notícias do estado. Agora em formato “in blog” amplia a comunicação com seus leitores através deste Portal www.marcoeusebio.com.br ativado no dia 29/2/2009.

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