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Bem-Estar Segunda-feira, 25 de Dezembro de 2023, 13:46 - A | A

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Coluna Bem-Estar

Novas recomendações da OMS visam estabelecer normas no uso de inteligência artificial na saúde

Por Laura Fassina

Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

Diretrizes da OMS buscam equilíbrio entre inovação e cautela na aplicação da IA na área da saúde

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Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma nova iniciativa, lançou um documento com o intuito de debater o uso de inteligência artificial (IA) no campo da saúde. Nesse sentido, esse esforço da Organização visa mitigar sobretudo os riscos associados ao rápido avanço tecnológico, assegurando, portanto, implementações e práticas sólidas desde o estágio regulatório inicial em torno das IAs.

Nessa perspectiva, como resultado de um trabalho em conjunto, construído por uma equipe multidisciplinar de especialistas, o texto reflete a colaboração entre autoridades regulatórias, pesquisadores, profissionais da saúde e até mesmo os representantes do mercado e da indústria. As discussões feita pela OMS abrangem uma gama complexa de perspectivas, solidificando o caráter inclusivo do processo.

O documento, de fato, enfatiza o potencial transformador da IA no campo da saúde, destacando a capacidade de aprimorar os diagnósticos, fortalecer os ensaios clínicos e melhorar até mesmo os tratamentos das pessoas.

Os autores, na realidade, destacam que a utilidade da IA em contextos clínicos carentes de especialistas, como na interpretação de exames de retina ou de imagens radiológicas, por exemplo, pode ser um diferencial nos lugares no qual a chegada de médicos é dificultosa, especialmente em regiões interioranas.

Todavia, embora existam os benefícios, conscientes dos desafios, os especialistas responsáveis pelo documento publicado pela OMS também alertam para os riscos decorrentes da rápida incorporação de tais ferramentas, os quais o funcionamento, conforme os laudos científicos, ainda é totalmente descompreendido em alguns campos de análise.

Isso significa que, questões como coleta ética de dados, ameaças à cibersegurança e a ampliação de conceitos são mencionadas como as áreas mais sensíveis nas IAs e que, por consequência, demandam mais atenção. O Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, ressalta a contradição da IA na saúde: uma promessa significativa, mas com desafios substanciais.

Preocupações sobre a coleta antiética de dados e a potencial amplificação de preconceitos, destacaram-se, sublinhando a necessidade de uma abordagem cautelosa. Em síntese, as novas diretrizes têm como propósito auxiliar os países na eficaz regulamentação da IA, permitindo o aproveitamento de seu potencial em áreas como tratamento de câncer e detecção de tuberculose, ao mesmo tempo em que minimizem os riscos inerentes.

O documento estrutura-se em seis áreas temáticas, abordando transparência, gerenciamento de risco, validação clínica, qualidade dos dados, privacidade e cooperação setorial. Uma ênfase especial é dada à gestão hospitalar presencial, ressaltando que profissionais dessa área devem estar atentos às tecnologias de IA que podem aprimorar as práticas diárias na saúde.

No fim, é importante destacar, também, que essa publicação, destinada a orientar decisões nos países-membros da OMS, complementa outras iniciativas da organização que abordam o crescente uso de ferramentas de IA na saúde. Ao fazê-lo, reforça-se a necessidade premente de uma abordagem ética e regulatória para moldar um futuro no qual a IA e a saúde caminham juntas, beneficiando profissionais e pacientes.

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