Entre fé e tradição, doçura da Páscoa e a oportunidade de renda extra

Acervo Pessoal

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Páscoa. Do latim, Pascha, palavra que deriva do hebraico, Pessach/Pesach cujo significado é “a passagem”, descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito. Era celebrada pelos judeus para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo. Liberdade que os católicos também comemoram com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, sacrifício feito por Deus, entregando seu único filho ao calvário para o perdão dos pecados.

Com esse entendimento litúrgico, os cristãos comemoram este domingo com celebrações especiais de renascimento em suas igrejas e reunindo-se em casa com suas famílias.

A cultura popular traz como símbolo deste momento, os ovos de chocolate, que as pessoas presenteiam seus entes, amigos e pessoas queridas. É também momento de renda extra para muitas famílias, como é o caso da servidora pública, Dayana Vargas, que há quase vinte anos faz deste momento, uma oportunidade para ajudar nas despesas da casa.

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“Eu comecei a fazer doces por causa do aniversário de um ano da minha filha. Chega esse dia e a gente quer fazer o melhor que pode, né? Na época eu tinha muitos convidados e não tinha condição de comprar todos os doces. Resolvi fazer um curso e aprendi a fazer bombons. Minha mãe fez os salgados da festa e eu fiz os doces. E de lá pra cá nunca mais parei. Isso já faz 18 anos. Minha filha já vai fazer 19 e eu vou te falar, que acho que teve uns dois anos só, eu não vendi. Os outros anos, todos eu vendi”, contou.

Dayana lembra que primeiro começou a fazer bombons e vender em vários lugares. Depois, se aventurou fazendo roscas, chocotone, panetone e docinhos para festas. Em seguida, chegou aos ovos de páscoa

“Acredito que deve ter uns 15 anos que eu faço deste momento, uma oportunidade com a venda de ovos de páscoa”, contou, lembrando que seus dotes vem se aperfeiçoando com o tempo, em uma oportunidade muito boa para agregar renda extra em casa. Ela conta que aproveita o momento para falar sobre a ressurreição de Cristo para as crianças também.

Em fevereiro de 2022, Dayana perdeu seu esposo para o câncer: leucemia mieloide aguda, que chegou a tratar por dois anos, mas acabou não resistindo. “Depois que ele faleceu tive que correr atrás mais do que nunca, porque antes tinha ele que era a pessoa que pagava as contas da casa, agora não tem mais, então eu preciso dar um jeito”, lembrou.

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Atualmente, é ela quem provê o sustento de três filhos e sua mãe, com quem vive.

Sobre o lucro, ela ressalta que não gosta de “cobrar caro” em nada do que faz. “Porque eu sei das dificuldades que cada um enfrenta e, às vezes a pessoa tem vontade de comer e presentear, então cobro um preço justo, no máximo 50% do valor gasto”, lembrou.

A dualidade entre a dimensão espiritual e a cultural da Páscoa é algo que enriquece essa celebração milenar. Enquanto as igrejas se enchem de fiéis em oração e reflexão, as casas se enchem de risos e brincadeiras, celebrando não apenas a ressurreição de Cristo, mas também a união familiar e a partilha de amor e carinho. É nessa interseção entre o sagrado e a cultura popular, que a verdadeira essência da Páscoa se revela: uma celebração de fé, esperança e amor, que transcende fronteiras e une pessoas de todas as origens e crenças.

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