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Polícia Segunda-feira, 30 de Novembro de 2009, 08:12 - A | A

Segunda-feira, 30 de Novembro de 2009, 08h:12 - A | A

Ex-médica Neide Motta é encontrada morta em chácara da Capital

Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A ex-médica Neide Motta Machado foi encontrada morta na tarde dentro de um veículo Cross Fox, na entrada da Chácara Capril Primavera, no Jardim Veraneio, onde, de acordo com testemunhas, comprava leite de cabra regularmente.

O Corpo de Bombeiros teria recebido chamado da ocorrência por volta das 15h30. Inicialmente o caso foi registrado como suspeita de suicídio, porém, as causas da morte ainda serão apuradas pela perícia da Polícia Civil. Neide teria chegado à propriedade com uma seringa na mão e teria pedido para ficar sozinha. A ex-médica anestesiologista aguardava julgamento pela prática de 25 abortos, ameaça e formação de quadrilha em processo em tramitação na Capital.

Neide Motta vinha sendo investigada desde abril de 2007 após uma reportagem do Jornal da Globo produzida pela TV Morena, onde foi mostrado que em sua clínica eram praticados abortos há mais de 20 anos. A partir da denúncia, o caso começou a ser investigado pela Polícia Civil, que com ordem judicial, entrou na clínica.

Após investigações sob a clínica, a Polícia Civil começou a investigação do caso e passou a ouvir as mulheres envolvidas. Das 9.896 fichas de mulheres que teriam sido submetidas a procedimentos na clínica, o juiz já pediu o arquivamento de 8.340, com a exclusão das investigações do crime de aborto por falta de elementos suficientes para oferecer denúncia.

No dia 22 de julho desse ano, foi publicada a cassação do direito de exercício profissional, feita pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS). A cassação foi definida em abril e referendada pelo Pleno do Tribunal Superior de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina, ocorrido no dia 3 de abril de 2009, por infração dos artigos 2º, 4º, 9º, 42º, 43º e 55 do Código de Ética Médica (comete infração ética o médico que publicamente confessa prática de aborto).

Neide Mota seria julgada pelos crimes em júri popular. Além dela, foram pronunciados quatro funcionários da clínica: Rosângela de Almeida, Maria Nelma de Souza, Libertina de Jesus Centurion e a psicóloga Simone Aparecida Cantagessi de Souza. A defesa dos acusados tenta evitar o julgamento em recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).(Com informações da TV Morena)

Por Jefferson Gonçalves - Capital News

 

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