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ENTREVISTA Quinta-feira, 05 de Novembro de 2009, 17:02 - A | A

Quinta-feira, 05 de Novembro de 2009, 17h:02 - A | A

Waldemir Moka fala com exclusividade ao Capital News sobre sua candidatura ao Senado em 2010

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

O deputado federal Waldemir Moka (PMDB) lançou recentemente sua candidatura para concorrer às prévias do partido ao cargo de Senador Federal. A disputa será contra o atual senador Valter Pereira. Por isso, a equipe de reportagem do site Capital News decidiu ouvir Moka para saber como está a preparação para a disputa, as expectativas e suas metas.

Confira a entrevista:

Deputado Moka, o senhor acredita que terá dificuldades para se eleger nas eleições do próximo ano, caso vença as prévias do PMDB?

Nenhuma eleição é fácil. Já disputei sete e sei que a vitória começa a se desenhar no palanque, com o tamanho do apoio que o candidato terá para garantir a vaga no cargo que disputa. As eleições de 2010 serão tão difíceis quanto às anteriores. Ninguém tem vitória assegurada antes da contagem dos votos. Antes disso, tenho de vencer as prévias internas.

Deputado, como o senhor avalia as pesquisas eleitorais neste momento?

Pesquisas eleitorais um ano antes das eleições são temerosas. Eleição se ganha no período de campanha, nas caminhadas, no contato com o eleitor, no palanque. Para vencer uma disputa ao Senado, o candidato precisa reunir em torno de si apoio de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, além dos setores produtivos. Eu tenho todos esses grupos do meu lado. Aos poucos, o eleitor está tomando conhecimento desse grande projeto. Antes disso, é prematuro falar em "campanha vitoriosa" apenas com base em pesquisas que retratam o momento atual. Sou calejado e nunca me deixei influenciar pelos números favoráveis ou contra. Minha candidatura vai crescer no momento certo. Disso não tenho a menor duvida.

O senhor é deputado já há algum tempo. Por que o senhor quer concorrer agora ao Senado? Como está o apoio da classe política do MS ao seu desejo de ser senador?

Sempre planejei minha carreira política. Não disputei cargos por impulso. Sempre agi de maneira ponderada e programada. É por isso que nunca perdi eleição. Estou pronto para disputar o cargo de senador. No Senado, tenho mais condições de trabalhar para acelerar o processo de industrialização de Mato Grosso do Sul. Com mais indústrias, teremos mais emprego, que gera renda, movimentando o comércio. Em conseqüência, o governo estadual e as prefeituras passam a arrecadar mais, situação que garante investimentos em áreas fundamentais para a população, como saúde, educação e segurança. Tenho experiência e apoio político para realizar esse meu projeto. Eu não iria para uma disputa se não tivesse certeza de poder fazer uma grande campanha. Tenho apoio de mais da metade dos prefeitos e acredito que esse número aumentará ainda mais. Tenho um trabalho de longos anos prestado aos municípios. Não surgi na política de uma hora pra outra. Esse projeto está muito bem pavimentado. E fico à vontade para afirmar que é também um desejo das bases do meu partido.

Como que o senhor avalia a união PT e PMDB em âmbito nacional para 2010?

Por enquanto, o que há entre PMDB e PT é um pré-compromisso de apoiar a ministra Dilma Roussef. A aliança só será formalizada na convenção do ano que vem. Até lá, muita coisa pode mudar. O quadro atual pode não ser o mesmo do próximo ano. As pesquisas mudam; as tendências também. Tenho participado das discussões com vistas à formalização dessa união. Só não aceito a hipótese de o PMDB dar seu apoio sem receber contrapartida nos Estados, por exemplo. O PMDB de MS não tem medo de nenhum adversário. Respeitamos todos, mas não tememos nenhum. Aliança é uma via de mão dupla. Não existe mão única. É esse ponto que está em discussão. A cúpula dos dois partidos quer o entendimento. O PMDB de Mato Grosso do Sul está recebendo tratamento especial por sua importância.

Deputado, você acredita que em MS haverá também essa união? E se não houver, o PMDB vai fechar com o BDR?

Entendo a dificuldade que há em unir o PMDB com o PT em Mato Grosso do Sul. Não é uma avaliação vazia. São os fatos que mostram. No entanto, nada está descartado. O PT quer o PMDB para ajudar a eleger a ministra Dilma. Se há esse desejo, é preciso abrir mão de outras disputas. Essa avaliação é do líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Aves. A única certeza é de que o PMDB de MS não dará palanque a dois candidatos a presidente. Que isso fique bem claro. PSDB, DEM e PPS são aliados tradicionais pelos quais o PMDB do Estado tem profundo respeito e carinho. Mas ainda há muito tempo até junho de 2010. Vamos esperar as coisas acontecerem, sem atropelar os fatos.

Como todos sabem o senhor é ligado ao setor rural. Qual a sua opinião em relação à criação da CPI do MST?

Faço parte do movimento em defesa do homem do campo há mais de décadas. Sobre a CPMI do MST, avalio como uma investigação necessária. É preciso acabar com esse clima de hostilidade no campo. Somos um país democrático. O que falta é uma política de reforma agrária, que está solta, sem comando. Não adianta dar terra para o trabalhador e não oferecer condições para que ele possa plantar, colher e vender sua produção. Muitos assentamentos rurais estão abandonados. A pessoa ganha a terra, mas volta pra cidade porque lá não conseguiu dar andamento aos seus sonhos. Defendo que se dê a terra e em seguida os recursos necessários para o assentado construir uma moradia decente, comprar sementes para começar a produzir. Isso sim ajudaria a acabar com a violência no campo. Além do mais, a CPMI terá que encontrar solução para o problema que impede o MST de ser responsabilizado judicialmente por suas ações. É impensável que isso ocorra no Brasil. Não se pode confundir movimento social legítimo com ações de guerrilha. Também sei que há pessoas de bem em busca da sua terra, do seu sonho. Não podemos fechar os olhos para elas. O problema são os líderes desse movimento. A CPMI está recebendo apoio dos próprios assentados. Muitos querem saber para onde vai tanto dinheiro, enquanto a maioria dos assentamentos rurais está em dificuldade, sem infraestrutura, sem recursos para trabalhar a terra e plantar. Vamos investigar tudo isso.

Deputado, diga aos nossos leitores por que o senhor se sente preparado para ser Senador por Mato Grosso do Sul, e as principais diferenças entre seu trabalho hoje na Câmara e o que pretende desenvolver no Senado?

Reafirmo que eu me sinto totalmente preparado para virar senador por meu Estado. Adquiri experiência nesses quase 30 anos ininterruptos de mandatos populares. Fui vereador em Campo Grande, deputado estadual por três mandatos e estou no terceiro como deputado federal. Fui presidente da Comissão de Agricultura e o presidente da comissão especial que investigou o escândalo da Parmalat no Brasil. Como deputado federal, tenho mantido firme e fiel parceria com os prefeitos, deputados e vereadores, além do governador e secretários estaduais. Caso eu consiga me eleger senador, após passar pelas prévias e também pela análise popular, vou manter essa parceria porque ela é eterna enquanto eu for político. Como senador, vou ter condições de fazer muito mais pelo meu Estado. Quero ser o senador das cidades, o senador da agroindustrialização. Quero ver meu Estado se consolidar econômica e socialmente. E vou trabalhar para que isso ocorra o mais rápido possível.

O senhor ficou conhecido também em Campo Grande como um dos professores de cursinho mais admirados e respeitados pelos alunos. Ensinava Química. O senhor pensa em voltar pra sala de aula?

Acho que não. Mas devo confessar que tenho muitas saudades daquele período. Às vezes ainda sonho que estou dando aula. Era prazeroso ensinar jovens com vontade de vencer na vida. Ajudava a minimizar o meu cansaço, já que eu fazia Medicina e saía da faculdade direto para o colégio. E, depois de formado, não deixei de dar aula. Hoje, não sei se daria conta. Acho que não sei nem mais identificar os elementos químicos da Tabela Periódica (risos). Como professor eu era muito exigente. Então, tenho que estar afiado para enfrentar alunos de cursinho. A saudade das salas de aula é grande. Mas no momento é quase impossível por causa das minhas atividades e obrigações como representante do povo sul-mato-grossense.

Por Alessandro Perin (www.capitalnews.com.br)


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Foto: Deurico/Capital News


 

 

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