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Política Quarta-feira, 02 de Setembro de 2009, 12:11 - A | A

Quarta-feira, 02 de Setembro de 2009, 12h:11 - A | A

Deputados brigam por microfone e batem boca na AL por causa de disputa de área em Corumbá

Marcelo Eduardo - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Ao invés de votações, bate boca na Assembleia Legislativa por conta do grande terreno em Corumbá (cidade pantaneira distante 417 quilômetros a noroeste da Capital). A área teria sido doada em dezembro de 2007 ao Município pelo então governador Zeca do PT e retomada pelo atual André Puccinelli (PMDB). A discussão foi entre os petistas que queriam debater o assunto e a retirada de suas falas por conta do presidente da Casa, Jerson Domingos (PMDB). Os investimentos do governo Federal em Mato Grosso do Sul também foi alvo de debates acalorados.

A celeuma é pelo seguinte. André retomou a área para construção de casas e teria dito que a entrega feita por Zeca fora irregular. Ao Capital News, o deputado Paulo Duarte (PT) disse que o que houve foi uma cessão por decreto e que isso é “absolutamente legal”. O petista disse ainda que o local não é para ser usado para construção de unidades habitacionais e sim para uma área industrial.

Hoje, Antonio Arroyo (PR), da base governista. Ele teria excedido seu tempo. Pedro Kemp (PT) quis falar na sequência, mas não teria conseguido.

Pedro Teruel (PT) ainda fora repreendido pelo presidente por também querer falar fora do tempo.

"Não venha colocar cabresto"

O deputado Paulo Duarte disse que o que ocorre em Corumbá é que “Ruiter é um prefeito que não vai se curvar diante de um dedo em riste de alguém que quer só mandar”, referindo-se ao governador André Puccinelli (PMDB).

“É justamente a forma, a falta de dedo, de delicadeza, de gentileza, que nos incomoda. Aliás, quem partidariza essa discussão é o governador. Quem está polemizando a situação não somos nós”, continua.

O parlamentar ainda afirma: “O prefeito Ruitter está pensando na população da cidade que ele administra. Ele tem 85% de aceitação de ótimo e bom. Ele quer e vai buscar parcerias em favor da população da cidade.”

“Chega de ditadura, de pressão, de querer mandar e todo mundo obedecer. Não venha colocar cabresto. Aqui não”, disse Paulo Duarte sobre André Puccinelli, alegando que muitas decisões seriam tomadas pelo Executivo e vinham impostas ao Legislativo. Ele citou o Refis (Programa de Recuperação Fiscal) – que visa rever as formas de cobrança dos inadimplentes com o governo do Estado. Ele teria dito que o projeto veio nas últimas sessões antes do recesso e, após luta da oposição para discutir o projeto, segundo ele, houve melhorias.

O deputado Marquinhos Trad (PMDB) entrou na questão e disse: “A imagem fala mais que a boca. As pessoas vêem quem está imbuído com o propósito de ferir e machucar. Quem fala em tom autoritário”. Ele deu a entender que, indiretamente falava sobre os petistas que o antecederam na fala.

O Capital News entrou em contato com o secretário de Estado de Obras Carlos Marun para que ele pudesse responder às questões sobre o terreno em Corumbá por celular. A ligação foi transferida automaticamente para sua assessoria de imprensa, que nos informou sobre sua viagem à Brasília. Conforme a assessoria, ele deve retornar a ligação em outro momento.

Recursos federais

O deputado Pedro Kemp (PT) falou sobre o discurso de Antonio Carlos Arroyo (PR), que afirmara que os recursos federais vêm menos para Mato Grosso do Sul. Foi dado um direito de resposta a Arroyo, já que foi citado pelo petista. Arroyo disse no a parte que há “concentração de recursos no governo Federal. PAC vem para cá porque o governo [Estadual] atual tem uma equipe que faz a coisa funcionar, que vai a Brasília e consegue as obras. O que o Lula manda pra cá, através de emendas, do PAC, é muito pouco perto do que arrecada”.

Ao retomar a fala, Kemp disse que “O PAC não vem para Mato Grosso do Sul porque o Mato Grosso do Sul tem uma governo com uma equipe competente. O recurso do PAC vem direto para as Prefeituras e não para o Estado”.

“Provavelmente”

Kemp continuou falando sobre as questões de investimentos e lembrou do pacote de obras que André anunciou há alguns meses, mas até agora nãos os detalhou.

Naquele momento, Arroyo interrompeu Kemp e, de forma veemente e com voz exaltada, afirmou: “Quero lembrar ao senhor [Kemp] que o governador provavelmente vai anunciar o pacote de obras dele em 2 de outubro”.

“Provavelmente?”, retrucou Kemp. Como provavelmente? Ele não tem certeza?

O deputado Pedro Teruel (PT) cedeu seus dez minutos de fala ao colega Kemp, mas solicitou um aparte de dois minutos. Ele disse que André faz propagando com recurso do governo federal e diz que é dele. “Ele entrega geladeiras e diz que é dele e não é, é do programa de eficiências energéticas. Ele entrega obras do governo federal e não cita isso. Ele faz propaganda em horário nobre sobre obras com verba federal e não fala isso.”

Por: Marcelo Eduardo - (www.capitalnews.com.br)

 

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