“A realização da ‘Expogrande’ 2012 está suspensa por tempo indeterminado”, anunciou o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira(6), na secretaria da entidade no Parque de Exposições Laucídio Coelho. Segundo Maia, mesmo com as datas da maior feira agropecuária do Estado definidas, por enquanto, ela está suspensa.
“A estimativa do prejuízo é de R$ 120 milhões. No entanto, a prefeitura municipal não apoiou a realização do evento. Estamos sem a licença ambiental para a realização dos shows, mas não vamos entrar nessa briga de novo. Outros locais, como o Estádio Morenão, estão realizando as apresentações sem a licença. No ano passado tivemos o show com o campo-grandense Luan Santana com a presença de 65 mil pessoas e isso movimenta o comércio da cidade. A prefeitura precisa dar uma atenção porque a feira movimenta a cidade. As pessoas compram roupa para a festa, por exemplo. Mas este ano não vai ter leilão de gado, não vai ter show, não vai ter nada”, afirma Maia.
Francisco Maia ainda ressaltou que pretende agendar uma audiência com o governador André Puccinelli (PMDB) para conseguir apoio para a realização do evento. Outra ação que já está sendo realizada pela Acrissul é uma pesquisa de opinião pública. “Queremos saber se a população apoia a realização da ‘Expogrande’”, pondera Maia.

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Foto: Deurico/Capital News
Entenda o caso
A polêmica envolvendo a realização da Feira Agropecuária de Campo Grande começou no ano passado, quando moradores da região do Parque Laucídio Coelho começaram a reclamar do barulho por conta dos shows realizados no local. O MPE (Ministério Público Estadual) moveu ação pública para impedir a poluição sonora no local, que é área residencial.
No entanto, em 2011, depois da assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre Prefeitura e MPE, definindo horário de término das apresentações para as 23 horas com tolerância de meia hora, os shows da Expogrande aconteceram. Este ano, para a realização da “Expogrande” entre as condições impostas no TAC era de que a Acrissul regularizasse as licenças ambientais e fizesse outras adequações no parque, entre elas: a instalação de rede de água e esgoto no parque de exposições, além de determinar o horário de término dos shows e o limite de decibéis (medida sonora) que deve ser respeitado na área residencial.
Uma nota divulgada pelo MPE no dia 31 de janeiro e assinada pelo promotor de justiça Alexandre Lima Raslan, que é responsável pelo caso, reforçou que o Parque de Exposições ainda está ilegal perante as normas definidas em acordo feito em agosto de 2011. Portanto, está proibido de realizar qualquer show, rodeios, festas ou manifestação sonora no local enquanto não apresentar licenças ambientais e as adequações acordadas.