O enviado especial do governo britânico ao Brasil para debater assuntos de comércio, ministro Ken Clarke, manteve, nesta quarta-feira (26), em Brasília, encontro de trabalho com diretores da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Na ocasião, ele afirmou que o governo de seu país apoia firmemente o Brasil nas negociações em andamento para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Segundo ele, “os acordos bilaterais estão avançando rapidamente, caso da negociação da Europa com os Estados Unidos e o Canadá”, sendo fundamental mais agilidade do Brasil e de seus parceiros do Mercosul para finalizar o entendimento com a comunidade econômica europeia.
Ken Clarke foi recepcionado pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul) e vice-presidente da CNA, Eduardo Riedel, que destacou a união entre o setor agropecuário e a indústria brasileira com o objetivo comum de fortalecer as negociações para viabilizar o acordo com a UE.
“Queremos um acordo capaz de atender tanto aos europeus quanto aos países do Mercosul, dentro dessa nova fase da economia mundial em que têm prevalecido os acordos bilaterais”, assinalou Riedel.
Nova era - Para o ministro britânico, as relações econômicas entre os países, após o fracasso da Rodada de Doha, deixaram em segundo plano os acordos de interesse global, “passando a prevalecer o entendimento bilateral”. Sendo assim, no entender de Ken Clarke, é fundamental que o Brasil e os demais países do Mercosul acelerem as negociações junto à comunidade econômica europeia. E explicou a razão: “o Brasil já foi o número um da lista e, no momento, já está em terceiro lugar na fila, atrás dos americanos e canadenses”. Ele quis dizer que, quanto maior for a demora, cada vez mais o Brasil irá perdendo lugar de destaque na fila.
O presidente do Instituto CNA, Moisés Gomes, que também participou da reunião de trabalho, ponderou ao ministro inglês sobre as restrições impostas às exportações brasileiras de carne para o mercado britânico, dentro da chamada cota Hilton (protocolo firmado entre os países para a comercialização de cortes especiais de carne bovina). Segundo ele, o “Brasil não tem o mesmo tratamento e nem as mesmas regras adotadas para outros países, limitando assim as vendas externas do país”. O ministro respondeu que não tinha conhecimento detalhado da questão, mas que iria encaminhar o assunto às áreas técnicas responsáveis do governo britânico.
A demora na conclusão do acordo comercial entre a UE e os países do Mercosul provocou reflexos negativos na pauta de exportações brasileiras para a comunidade europeia. No caso específico do Reino Unido, o Brasil representa apenas 0,7% das importações feitas pelas nações que integram aquela comunidade econômica. Em 2011, as exportações brasileiras para o Reino Unido atingiram US$ 5,3 bilhões. No ano passado, no entanto, os números da balança comercial apontaram queda de 22% nas vendas externas, com a receita ficando em US$ 4,1 bilhões.
(Fonte : Assessoria de Imprensa CNA)