Os fazendeiros querem manter o Sisbov, o sistema de rastreamento de animais, e torcem para que os políticos não insistam em mudar as regras no meio do jogo, o que atrasaria ainda mais a retomada das exportações de carne à União Européia (UE). Os prefeitos lamentam a perda de arrecadação, acham que o Ministério da agricultura relaxou na vigilância sanitária e admitem que os fazendeiros precisam ser cobrados para manter respeito às regras.
Alvino Antônio Alves Júnior, proprietário da primeira fazenda vistoriada pelos fiscais europeus, em Goiás, disse que o Brasil precisa cumprir o acerto com a UE. As regras do Sisbov têm sido criticadas pelo deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), líder ruralista no Congresso que defende a definição de novas regras pelos parlamentares. "Não adianta mudar a regra agora", disse Alvino.
Márcio Cunha de Azevedo, proprietário da Fazenda Santa Marta, no município goiano de Crixás, também saiu em defesa do modelo de rastreabilidade e aposta no mercado europeu. Para atender às exigências do bloco, ele está investindo R$ 100 mil na reforma do curral de sua propriedade. "Eu acredito que a rastreabilidade pode representar vantagens, ou seja, preço melhor para o pecuarista."