Campo Grande 00:00:00 Segunda-feira, 12 de Maio de 2025


Rural Domingo, 08 de Dezembro de 2013, 08:10 - A | A

Domingo, 08 de Dezembro de 2013, 08h:10 - A | A

\"Leilão da Resistência\" deve ter edições em outros Estados

Ítalo Milhomem - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 O presidente da Acrissul (Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, revelou neste sábado (7), que o Leilão da Resistência ganhou conhecimento nacional entre a classe produtora e poderá ser copiado por outros três Estados brasileiros.

“O leilão virou marca no Brasil. Três estados já anunciaram que vão fazer o leilão: o Pará, o Tocantins e o Rio Grande do Sul”, afirmou.

Maia afirma que os recursos arrecados deverão custear despesas com advogados nos tribunais em recursos contra ocupações de terras por indígenas, financiar campanhas contra as ocupações em propriedade rurais no Estado e pagar as viagens em Brasília (DF), onde tem sido realizadas as reuniões que tratam das demarcações de terra. Apesar dos número ainda não terem sido divulgado a organização do Leilão da Resistência espera arrecadar em torno de R$ 1 milhão.

Após polêmica sobre a suposta formação de milícias, Maia frisou ainda que a verba não deverá ser utilizada para contratar seguranças. "Não adianta ter mil homens 10 meses em frente as propriedades, se na hora que eles saírem os índios voltam", ressaltou.

O Leilão da Resistência é além de um simples evento, é um ato para marcar o que temos feito ultimamente que é resistir, com objetivo de trabalhar, de manter o produtor rural dentro da sua atividade. A afirmação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), Eduardo Riedel, que durante a abertura do movimento realizado neste sábado (07), na Associação de Criadores de MS (Acrissul), classificou os produtores de MS como legalistas.
Riedel ressaltou que o setor não pode mais ser prejudicado com as invasões e caracterizou o leilão como mais uma prova de que o produtor rural brasileiro trabalha dentro da lei. "Vamos sempre trabalhar dentro da democracia, do voto e da legalidade. Mas vamos defender o que é nosso. Vamos nos manter firme nessa caminhada e virar essa página", destacou o presidente referindo-se às frequentes invasões às propriedades privadas de Mato Grosso do Sul.

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, enfatizou durante o Leilão da Resistência, os obstáculos vividos pelo agronegócio ao longo da história do Brasil. "Travamos uma batalha de 10 anos com o MST, por mais quinze anos tivemos impasses com o código florestal. Agora é a questão indígena". A senadora também reforçou os avanços que o setor obteve com as 19 condicionantes da portaria 303, estabelecida na demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol (RR). "No momento, as condicionantes ainda não são de efeito vinculantes, mas reverteremos em breve", afirmou destacando a necessidade da participação dos prefeitos e governadores nos grupos de estudos de demarcação de terra, direito previsto pela portaria já avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em relação à decisão judicial que impedia a realização do leilão, derrubada na última sexta-feira. A senadora afirmou que denunciará ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por crime de parcialidade. "A juíza que julgou a situação agiu de forma truculenta e parcial. Ela é juíza dos brasileiros e não só dos índios", ressaltou.
Para o deputado federal, membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Ronaldo Caiado, o leilão luta contra o desrespeito com o cidadão que trabalha e produz. "O que vemos é que liminar só serve contra o produtor rural. E para mim, decisão judicial não tem que ser discutida, tem que ser cumprida", ressaltou.
Apoiaram e compuseram a mesa de autoridades durante a abertura do Leilão da Resistência a secretaria de Produção e Turismo, Tereza Cristina Correa da Costa Dias, os deputados federais, Fábio Trad e Reinaldo Azambuja, o senador Waldemir Moka, o deputado estadual, Jerson Domingos, o presidente da Acrissul, Francisco Maia, os deputados federais Luiz Carlos Heinze, Luiz Henrique Mandetta e Aberlado Lupion e o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho da Silva.

A estimativa da Acrissul é que foram leiloados 800 animais. Antes do início dos remates, produtores e representantes dos sindicatos rurais do Estado realizaram doações que serão somados ao montante arrecadado pelo leilão. Atualmente, Mato Grosso do Sul possui 80 propriedades rurais invadidas por indígenas.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS