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Rural Segunda-feira, 16 de Março de 2009, 07:42 - A | A

Segunda-feira, 16 de Março de 2009, 07h:42 - A | A

Em meio à crise, Bertin prevê mais investimentos e lucro

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Em meio à crise de crédito que derrubou os preços de commodities agropecuárias e já levou sete frigoríficos à recuperação judicial, a Bertin S/A, uma maiores produtoras e exportadoras de carne bovina e produtos lácteos da América Latina, traça um plano ambicioso para os próximos cinco anos. A empresa quer mais do que dobrar seu faturamento, que ficou, no ano passado, em R$ 7,5 bilhões.

"Em cinco anos seremos uma empresa com receitas de R$ 19 bilhões", diz Fernando Falco, diretor executivo da Vigor, empresa de lácteos comprada pela Bertin no final de 2007.

Para concretizar esse plano, a companhia pretende investir R$ 3,1 bilhões no período. Será o maior aporte de capital recebido pela empresa em 30 anos de atividade, observa o executivo.Parte dos investimentos virá de recursos do próprio grupo. O restante virá de outras fontes tradicionais de financiamento, como o BNDES. O banco já é sócio da empresa, com uma participação de 27%. O restante está nas mãos da família Bertin.

"É um plano bastante ousado", avalia José Vicente Ferraz, diretor da consultoria AgraFNP, especializada em agronegócio. Para torná-lo viável, ele acredita que a companhia trabalhe com um cenário no qual a crise financeira internacional termine, no máximo, em 2010. "O plano é factível, mas desde que os preços das commodities se recuperem", observa o consultor, lembrando que o cenário mundial antes da crise era de escassez de alimentos.

Com capacidade instalada de abate de 14 mil bovinos por dia em 13 abatedouros e 13 unidades de processamento, o grupo já tem praticamente finalizadas obras de expansão que elevarão essa capacidade para 19 mil cabeças por dia.

Reestruturação

Em 2005, quando foram descobertos casos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e vários países fecharam as portas para a carne brasileira, o Bertin começou um processo de reestruturação, buscando equilíbrio entre o mercado externo e interno - no ano passado, 50% da receita já veio do mercado interno.

A empresa buscou também diversificar o máximo possível os destinos das exportações, como forma de minimizar riscos.

Na nova estratégia da empresa para os próximos anos há também um plano para valorizar, no mercado interno, a carne produzida pela empresa. Pesquisa feita pelo grupo no ano passado mostrou que o consumidor entende pouco de carne - a dona de casa, por exemplo, raramente sabe qual o corte de carne mais adequado para o prato que pretende cozinhar.

No mês que vem, a empresa inicia uma campanha cujo objetivo será ensinar o consumidor a comprar carne. "Queremos capacitar o consumidor para que ele reconheça a nossa marca de carne e, com isso, escaparmos da ‘commoditização’", diz Miessi. (informações da Agência Estado)

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