Durante o debate transmitido, ao vivo, para todo o Brasil, pelo Canal do Boi, emissora do SBA (Sistema Brasileiro do Agronegócio), na noite de ontem (31), sobre a Concentração da Indústria Frigorífica no País, o Presidente do grupo JBS, Weslei Batista, respondeu os questionamentos de produtores rurais, que acusam o grupo de monopólio e ainda utiliza recursos provenientes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para alavancar seus investimentos.
Representando a classe produtora, esteve presente o presidente da Acrimat (Associação de Criadores de Mato Grosso), José João Bernardes e o da Acrissul (Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, além da participação por meio de fibra óptica, o deputado Homero Pereira (PSD-MT) direto de Brasília; o presidente do Sindicato Rural de Uberaba-MG, Rivaldo Machado Borges Junior; o diretor da Sociedade Rural Brasileira, Alexandre Kireeff; o produtor rural José Antônio Fontes; de Araçatuba -SP, o presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan, e o presidente do Siran (Sindicato Rural da Alta Noroeste); em Campo Grande-MS, o vice-presidente da Acrimat e o consultor de mercado, Julio Brissac.
Ao ser questionado pelos produtores, com perguntas e depoimentos sobre a presença do grupo de 50% no Estado, causando o monopólio e fazendo com que migram para outras atividades agrícolas, devido o valor baixo que o frigorífico paga, o presidente do JBS se defendeu dizendo que não prejudica a classe produtora, pois a indústria não sobrevive sem o produtor primário. Em relação aos baixos preços do boi, Batista disse que uma empresa não pode controlar o mercado. "O mercado é soberano! É ele que controla os preços, não podemos interferir”
Chico Maia, presidente da Acrissul, discordou do representante da JBS. “Essa questão de que o mercado regula (o preço); regula quando há concorrência! Com a concentração feita pelo JBS, não está tendo a oportunidade do mercado regular os preços”, reclamou.
No final, os participantes concordaram com a idéia de que é preciso que a classe produtora e a indústria se unam para resolverem outros problemas do setor pecuário brasileiro. O debate se estendeu por cerca de duas horas.
O grupo Marfrig foi convidado a participar, mas não compareceu. (com informação assessoria do SBA)