Imasul

Sete das 11 famílias impactadas pelo desastre aceitaram a proposta de indenização integral oferecida pelos proprietários do empreendimento
Na manhã de 20 de agosto de 2024, Mato Grosso do Sul vivenciou um dos episódios mais marcantes do ano: o rompimento de uma barragem no condomínio de luxo Nasa Park, localizado entre Campo Grande e Jaraguari. A força das águas causou destruição significativa, arrastando casas, animais, veículos e estruturas, além de interditar parte da BR-163, uma das principais rodovias da região.
Equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e concessionária CCR Vias foram mobilizadas imediatamente para conter os danos e garantir a segurança no local. A resposta rápida das autoridades evitou tragédias maiores, mas a dimensão dos danos materiais e ambientais evidenciou a gravidade do ocorrido.
Impactos ambientais e danos estruturais
O desastre afetou diretamente a vida de moradores próximos e a infraestrutura local. Uma casa foi completamente destruída e outras cinco estruturas sofreram danos parciais. Animais domésticos e de criação, como gado, galinhas e peixes, foram arrastados pela enxurrada, assim como pontes e veículos.
A Defesa Civil, em parceria com o Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), iniciou levantamentos para avaliar os impactos ambientais e verificar a conformidade do empreendimento com as legislações de segurança de barragens e recursos hídricos. A Polícia Científica também foi acionada para investigar as causas do rompimento.
Trânsito e recuperação
A BR-163, interditada nas primeiras horas após o rompimento, foi parcialmente liberada no dia seguinte, operando em sistema de “pare e siga”. No entanto, os congestionamentos e os danos às estradas locais evidenciaram a necessidade urgente de reparos e rotas alternativas. Veículos leves e pesados foram orientados a desviar pelas rodovias MS-445 e MS-244, respectivamente.
A resposta governamental
O governo do Estado e os órgãos municipais de Jaraguari trabalharam em conjunto para mitigar os efeitos da tragédia. O subtenente Adelcio Santos da Silva, da Defesa Civil, destacou que, apesar dos danos materiais, a rápida dissipação da água evitou que o reservatório do Guariroba fosse impactado, garantindo o abastecimento hídrico da região.
A Agesul e as prefeituras locais já iniciaram os processos de reparo nas pontes e vias destruídas, enquanto laudos técnicos sobre os impactos ambientais e estruturais estão em elaboração.
Reflexões sobre prevenção e responsabilidade
O rompimento da barragem no Nasa Park é um lembrete contundente da importância de manter a fiscalização rigorosa e atualizada em empreendimentos de grande porte. A tragédia despertou discussões sobre a segurança de barragens em todo o estado, levando as autoridades a reforçarem o monitoramento de outras estruturas similares para evitar novos desastres.
Ao olhar para o ocorrido, 2024 deixa um ensinamento valioso: a união de esforços entre governos, forças de segurança e sociedade é essencial para superar desafios e prevenir futuros incidentes, garantindo a segurança e o bem-estar da população sul-mato-grossense.
Da destruição à busca por soluções
O rompimento da barragem no condomínio de luxo Nasa Park, ocorrido em agosto de 2024, marcou profundamente o estado de Mato Grosso do Sul. A força das águas devastou propriedades, interrompeu o tráfego na BR-163 e deixou um rastro de danos ambientais, sociais e econômicos que ainda gera desdobramentos.
Equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Imasul foram mobilizadas rapidamente, enquanto autoridades estaduais e federais iniciaram investigações e medidas emergenciais para mitigar os impactos do desastre. A tragédia evidenciou a falta de manutenção e irregularidades históricas que já haviam sido apontadas pelas autoridades ambientais, mas que não receberam a devida atenção.
Impactos e danos
O incidente resultou na destruição de uma residência, danos parciais a outras cinco propriedades, além de prejuízos significativos ao meio ambiente. Animais domésticos, áreas de criação de peixes e duas pontes foram arrastados pelas águas. O trânsito na BR-163 foi severamente afetado, operando em sistema de “pare e siga” por dias, com congestionamentos que chegaram a oito quilômetros.
O Imasul emitiu uma multa inicial de R$ 732,5 mil ao condomínio, com valores sujeitos a aumento após a conclusão dos relatórios de danos. A análise preliminar apontou falhas estruturais como causa provável do rompimento, destacando a negligência do responsável, que já havia sido notificado desde 2019 para apresentar um Plano de Segurança de Barragem.
Resposta judicial e busca por justiça
Em setembro, a Justiça determinou o bloqueio de até R$ 35 milhões em bens das empresas responsáveis pela barragem, garantindo recursos para reparação dos danos enquanto as investigações continuam. A decisão incluiu a desconsideração da personalidade jurídica das empresas, responsabilizando também os sócios envolvidos.
Além disso, reuniões promovidas pelo Ministério Público Estadual resultaram em acordos de indenização para sete das 11 famílias diretamente afetadas. As vítimas receberão um total de R$ 1,305 milhão, enquanto negociações continuam para resolver casos pendentes.
Recuperação ambiental e prevenção futura
Um compromisso firmado em dezembro estabeleceu medidas para a recuperação ambiental da área afetada, incluindo o plantio de mudas, cercamento de áreas degradadas e recomposição da mata ciliar. Os responsáveis pelo empreendimento também protocolaram projetos para a recuperação da barragem e loteamento, com medidas de prevenção para evitar novos acidentes.
Lições aprendidas e o futuro
A tragédia do Nasa Park revelou fragilidades na fiscalização e no cumprimento de normas ambientais, servindo como um alerta para todo o estado. O episódio reforça a importância de ações preventivas, de maior rigor na regulamentação de empreendimentos de risco e do fortalecimento de instituições de controle.
Enquanto Mato Grosso do Sul se recupera, o rompimento da barragem deixa como legado a necessidade de maior responsabilidade ambiental e social, para que desastres como este não voltem a ocorrer. A mobilização de autoridades, empresas e comunidades mostra que a união é essencial para superar crises e construir um futuro mais seguro e sustentável.
• Saiba mais sobre o rompimento da barragem do loteamento Nasa Park, em Jaraguari