Secretaria de Saúde do Estado de Goiás
Sífilis congênita: É uma doença transmitida para criança durante a gestação (transmissão vertical). Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmissão.
“Comecei a notar manchas na pele e a minha visão ficou turva, quando procurei o médico eu descobri a doença”, esse é o relato de uma jovem de 18 anos que prefere não ser identificada. Ela foi diagnosticada com sífilis e fala que contraiu a infecção sexualmente transmissível do namorado, através da relação sexual sem proteção.
No meu pré-natal eu fiz o teste da sífilis da primeira a última consulta
Na época a jovem estava grávida, a descoberta precoce da doença foi no pré-natal, exame que foi fundamental para o tratamento dela e para a não transmissão para o bebê. “No meu pré-natal eu fiz o teste da sífilis da primeira a última consulta, tinha muito medo do meu filho nascer cego, problema de cabeça ou outra coisa”, recorda.
Foi muito difícil para mim, fiquei com vergonha de fazer o tratamento
O bebê nasceu saudável, mas, mesmo assim, os dois precisaram de acompanhamento médico por um tempo, relembra a garota. “Foi muito difícil para mim, fiquei com vergonha de fazer o tratamento, das pessoas me reconhecerem na rua e ao mesmo tempo com raiva do meu namorado”, desabafou.
A Sífilis é uma infecção bacteriana (Treponema pallidum), a boa notícia é que tem cura e tratamento. Nos bebês, a sífilis congênita pode ser fatal em 40% dos casos. Além disso, a doença também pode trazer nascidos com baixo peso, prematuridade e outras deformidades congênitas.
O pré-natal consegue tratar e evitar que o bebê tenha a doença e sequelas da mesma
Acervo pessoal
Fazendo o pré-natal a gestante consegue tratar e evitar que o bebê tenha a doença e sequelas da mesma, diz a médica infecto-pediatra Carolina Neder
A infecto-pediatra Carolina Neder acrescenta que a sífilis pode levar a problemas neurológicos, hepáticos e ósseos se não tratada corretamente. “A gestante fazendo o pré-natal consegue tratar e evitar que o bebê tenha a doença e sequelas da mesma”, pontuou a médica.
Em Campo Grande, a recorrência de casos de sífilis congênita tem sido um sinal de alerta e chamado a atenção das autoridades. De acordo com a Secretaria de Saúde do município, no primeiro semestre deste ano 200 gestantes tiveram o diagnóstico da doença e 23 crianças foram identificadas com a variação congênita.
Acervo pessoal
O nascimento de crianças geradas por mulheres que não fizeram o acompanhamento de forma adequada impacta em toda a rede de saúde, enfatiza a gerente técnica de saúde da mulher Karine Jarcem
Entre os motivos desse dado estão a falta de tratamento ou a realização inadequada do tratamento deste por parte da mãe, revela a gerente técnica de saúde da mulher, Karine Jarcem. Ela ainda explica que o nascimento de crianças geradas por mulheres que não fizeram o acompanhamento de forma adequada impacta em toda a rede de saúde. “Após o parto, as mães são liberadas em até dois dias, mas as crianças que são tratadas ainda como casos suspeitos ficam internadas por dez dias, o que impede que outras mulheres sejam também internadas, uma vez que não terá leito para seu filho”, explica.
Em 2022, a Capital registrou 1.650 novos diagnósticos da doença, neste ano, até junho, o número já ultrapassa os 800 novos casos. Em todos eles, sejam através da rede pública ou particular, o tratamento para a bactéria é realizado do uso de penicilina, mas também há outros medicamentos que são utilizados de acordo com cada caso.
