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Reportagem Especial Sábado, 19 de Novembro de 2022, 13:44 - A | A

Sábado, 19 de Novembro de 2022, 13h:44 - A | A

Reportagem Especial

Saúde: Silenciosa e perigosa, a diabetes precisa ser levada a sério

Diagnóstico precoce e tratamento adequado são essenciais para conter sintomas

Renata Silva
Especial para o Capital News

Acervo pessoal

Saúde: Silenciosa e perigosa, a diabetes precisa ser levada a sério

Waldemar na companhia do terço

“Era um dia muito quente e eu tinha tomado cerca de um litro de garapa até começar a passar mal, com moleza no corpo eu mal parava em pé”, esse foi o sinal para que o aposentado Waldemar Agostinho Barros de 70 anos procurasse um médico. Na época, com apenas 25 anos, ele foi diagnosticado com diabetes e relata que já havia tido outros sintomas, como dificuldades para enxergar, mas nunca tinha dado importância.

 

A diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. Existem alguns tipos de diabetes, como por exemplo as do tipo 1 e 2, elas são as mais comuns.

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Waldemar ao lado dos irmãos


A do tipo 1 é causada pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos. Já a do tipo 2 resulta da resistência à insulina e de deficiência na secreção de insulina. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos.

 

A descoberta da doença exigiu do aposentado alguns cuidados com a saúde, como por exemplo, uma alimentação balanceada, rica em fibras, controle do açúcar e atividade física, no entanto Waldemar fala que não levou a sério. Tal atitude gerou consequência séria, a amputação da perna.


O procedimento foi realizado ha cerca de um ano. “Eu sempre gostei de arroz e alimentos com farinha branca. Fui fazer uma cirurgia no coração, com o tempo surgiram umas feridas que não cicatrizaram, por isso da amputação”, detalhou.

"Eu entendi que, em partes a culpa foi minha"


Waldemar faz uso da insulina três vezes ao dia, além da medicação para o controle da hipertensão e de uma doença no coração. Embora a amputação tenha mudado a vida dele, o aposentado é padre e diz não ter se abatido com a situação. “Eu entendi que, em partes a culpa foi minha, por isso não me senti tão mal. Agora estou em busca de uma prótese”, comentou.

Em Campo Grande, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde até o dia 7 de novembro, 29.978 pessoas se auto-referiram como diabéticos. São 545 pessoas a mais que em 2021, quando 29.433 foram diagnosticadas com a doença.

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Antes de receber o diagnóstico de diabetes e após a dieta, 10 quilos a menos

"Aprender a comer certo, foi muito difícil"

No início da pandemia, a Auxiliar de Serviços Gerais, Jurema Aparecida dos Santos de 60 anos descobriu a diabetes. Com 65 quilos, sedentária e adepta a uma alimentação rica em carboidrato, mudar o estilo de vida foi um desafio para ela. “Eu gostava muito de arroz, pão francês e bolinhos de chuva, quase nunca comia salada. Aprender a comer certo, foi muito difícil”, detalha.

 

"Cuida da alimentação, a pior coisa é ficar refém de remédio"

No entanto, em poucos meses, Jurema mudou radicalmente o estilo de vida. Aderiu a prática de caminhada, trocou o arroz branco e o pão francês por alimentos integrais e conseguiu emagrecer 10 quilos, hoje é ela quem incentiva outras pessoas. “Eu sempre falo com as minhas filhas, meus amigos: Cuida da alimentação, a pior coisa é ficar refém de remédio”, acrescenta.

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Jurema caminha pelo menos 30 minutos todos os dias


Essa semana, no último dia 14 foi celebrado o Dia Mundial do Diabetes, o tema este ano foi Educação para Proteger o Amanhã, com o objetivo de conter o avanço da doença. De acordo com o Atlas do Diabetes 2021, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), a doença é uma preocupação global: um em cada dez adultos vive com diabetes no mundo. São mais de 537 milhões de pessoas com idade entre 20 e 79 anos com a doença, e quase metade ainda não foi diagnosticada.

 

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Entrevista | Diabetes: A prevenção recomenda atenção aos hábitos


Segundo a IDF, que escolheu o tema da campanha, somente nas Américas do Sul e Central, 32 milhões de adultos sofrem de diabetes, e o número pode chegar a 49 milhões em 2045. De acordo com a IDF, no ano passado, a doença causou mais de 410 mil mortes.

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