O senador Pedro Chaves (PSC), vice-presidente do Conselho de Ética do Senado, afirmou, em entrevista concedida ao programa Boca do Povo, da Rádio Difusora Pantanal, nesta segunda-feira (26), que vai assinar requerimento pedindo investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
O pedido de cassação do parlamentar, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), foi arquivado, na última sexta-feira (23), pelo presidente do Conselho de Ética da Casa, senador João Alberto de Souza (PMDB-AM).
De acordo com Chaves, as denúncias contra Aécio são graves e têm que ser apuradas. “Vamos trabalhar no sentido de reunir as 5 assinaturas dos demais membros do Conselho de Ética, necessárias a abrir a investigação. As suspeitas que pairam sobre o senador Aécio Neves, que, inclusive, embasaram decisão do Supremo Tribunal Federal no sentido de afastá-lo do mandato, são extremamente graves e merecem, no mínimo, ser investigadas”, defendeu o parlamentar.
O senador sul-mato-grossense alegou que a decisão do presidente foi autoritária e equivocada, pois “ele sequer consultou os demais membros do Conselho de Ética sobre sua decisão de arquivar o pedido do STF”.
“Não se trata de condenar previamente o senador Aécio, que terá todo o direito de defesa. O que proponho, e a sociedade brasileira exige, é uma investigação criteriosa da denúncia”, argumentou Pedro Chaves.
Para basear o arquivamento, João Alberto argumentou que, mesmo com as robustas evidências contra Aécio, não encontrou elementos que subsidiassem o pedido de cassação.
"Me parece que fizeram uma grande armação contra o senador Aécio. Fizeram com que ele entrasse naquilo, inclusive, de acordo com a Polícia Federal. Eu não vejo motivo, não me convence, pedir cassação de um senador eleito por milhões de votos em função de uma armação feita com o senador", disse João Alberto.
O autor do pedido e cassação disse que se reunirá com os demais integrantes do Conselho de Ética para traçar uma estratégia de recurso para reverter a decisão do presidente.
"Vou encaminhar um ofício a todos os integrantes do Conselho de Ética para recorrer dessa decisão [...]. Se um manifesto esquema de recebimento de propina não for quebra de decoro parlamentar, nada mais é", disse o senador Randolfe Rodrigues.