Após visita na manhã de hoje ao Hospital Universitário, os vereadores que integram a Comissão parlamentar Mista de Inquérito decidiram convocar o Conselho Curador do Hospital do Câncer “Alfredo Abrão”. A oitiva será realizada na próxima quarta-feira no Plenário Edroim Reverdito, a partir das 15 horas.
Na manhã desta segunda-feira os vereadores da CPI fizeram uma visita ao Hospital Universitário, para conhecer de perto as instalações da unidade de saúde. Durante 3 horas, os parlamentares se reuniram com o atual presidente do HU, Cláudio Wanderley Luz Saab, para saber como está o funcionamento do serviço de oncologia e o atendimento aos pacientes com câncer.
De acordo com a assessoria de imprensa do vereador Flávio Cesar, presidente da CPI, os vereadores conversaram com Claudio Wanderley Luz Saab para saber quais eram as reais condições do hospital quando ele assumiu a unidade, no dia 27 deste mês. Após a conversa, os vereadores foram convidados para conhecer as alas hospitalares. O mesmo procedimento já havia sido adotado anteriormente pelos vereadores em relação ao Hospital do Câncer.
Na última quarta-feira os vereadores ouviram o depoimento do ex-diretor do HU, José Carlos Dorsa. O Hospital do Câncer e o Hospital Universitário de Campo foram alvos das ações da Polícia Federal, durante a Operação Sangue Frio, realizada no dia 19 do mês passado. De acordo com a corporação, 19 mandados de busca e apreensão e quatro ordens judiciais de afastamento de funções foram cumpridos durante todo o dia. Além dos hospitais, empresas com contratos firmados com hospital público, casas, escritórios de contabilidade e uma empresa do diretor de um hospital também serão vistoriadas em cumprimento à determinação da Justiça.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram em março de 2012 com objetivo de investigar os serviços oferecidos pelo setor de radioterapia. Conforme a polícia, há algum tempo, o atendimento era prestado a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) apenas pelo setor privado. Ainda segundo a polícia, as investigações revelaram que o esquema tinha o objetivo de direcionar licitações e contratações, superfaturar serviços e pagar propinas. A coincidência que mais chamou a atenção na ocasião foi o fato do médico Adalberto Abrão Siufi, chefe do serviço de oncologia do HU e supervisor do Programa de Residência Médica em Cancerologia Cirúrgica da UFMS, participar ativamente da direção do Hospital do Câncer, que é particular, e sócio-proprietário da clínica NeoRad.