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Política Sábado, 17 de Janeiro de 2009, 11:00 - A | A

Sábado, 17 de Janeiro de 2009, 11h:00 - A | A

Caciques dizem que discutir sucessão de André agora atrapalha governo

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Dirigentes de partidos aliados do governo André Puccinelli rejeitam especulações sobre as eleições de 2010. Eles consideram prematura qualquer especulação sobre a sucessão estadual e alianças eleitorais.

O próprio governador André Puccinelli disse que só fala em reeleição em abril do ano que vem, quando os partidos realizam as convenções. Apesar disso, nos bastidores as conversas sobre as eleições do ano que vem fervilham, com elucubrações sobre vários cenários, um deles a pretensão do ex-governador Zeca do PT de voltar ao governo.

No arco de alianças lideradas pelo PMDB, as chamadas legendas pendulares e governistas, o PR do deputado Londres Machado e o PDT do deputado Ary Rigo, já são cortejadas pelos opositores de Puyccinelli. Para Machado é muito cedo para falar sobre o assunto e considera até 'desserviço' esse açodamento. “Nesse momento de crise nós, os políticos temos que pensar o Estado administrativa e financeiramente”.

A discussão sobre prováveis alianças, no entanto, sugere alinhamento de adversários históricos. O governador André Puccinelli, na verdade, criou condições para precipitar o debate sobre prováveis alianças, ao comentar que o presidente Lula acenou com o apoio do PMDB ao PT e vice-versa.

Sobre essa hipótese Londres Machado lembra que muito embora em política tudo é possível, 'o PT é muito heterogêneo'. A seu ver, será muito difícil quebrar barreiras internas. Londres Machado se recusa a antecipar o futuro, mas assegura que o PR tem compromisso com o governo de Puccinelli até 2010. Se se analisar a história, PR, sucedâneo do PL, deve ficar com o grupo que está no poder.

No PDT, o deputado Ary Rigo também condena especulações precipitadas. Segundo ele, não há clima nem condições políticas para repensar alianças eleitorais. Rigo observa que qualquer tentativa de costurar acordo faltando ainda um ano e dez meses para as eleições de 2010, está fadada ao fracasso. “Acordo feito antes da hora dificilmente é cumprido”, diz.

Rigo fala não só com a autoridade de dirigente, mas como responsável pela robustez do PDT, que ganhou o segundo maior colégio eleitoral de Dourados com a eleição de Ari Artuzi, e invadiu território antes dominado pelo PMDB, como Paranaiba, na região Leste do estado. Rigo também lembra que o PDT tem compromisso com o PMDB até 2010.

O ex-governador Zeca do PT se diz em campanha, mas deu uma guinada nas pretensões eleitorais, ao afirmar que vai concorrer à sucessão de Puccinelli e não mais ao Senado. Em qualquer hipótese, no entanto, Zeca faz de 2010 um cavalo de batalha.

O deputado Pedro Kemp, defensor de candidatura próprio no partido, condena aliança com o PMDB, mas há setores mais ecumênicos que não veem dificuldades nisso.

Quando Puccinelli acena para Teruel e destaca a performance do senador Delcídio e deputado Antonio Biffi, busca estabelecer parâmetros de negociação com esses setores mais moderados.

Para petistas históricos como Pedro Kemp, a idéia de união de PT com PMDB parece mais uma estratégia de aniquilamento. Puccinelli já fez inúmeros comentários sobre esse propósito, de acabar com as forças do PT. Ao estilo maquiavélico, ensina que adversário se controla de perto.

Ninguém sabe o que passa pela cabeça do ex-governador Zeca do PT, mas sua determinação de assumir o comando do partido suscita especulações sobre acordos que não se tornaram públicos.

Puccinelli diz que Lula pede aliança vertical e a relação do presidente com Zeca do PT aponta coincidências desse tipo. Ao se dispor a concorrer à sucessão de Puccinelli, o ex-governador pode estar interessado em criar condições para outras discussões ou negociações que consolidem o PT na sucessão presidencial.

Não está clara ainda a posição de Lula diante das diferenças regionais. Mas uma parte do PT considera essencial disputar o governo. Resta saber se é verdadeira a mudança da meta antes estabelecida pelo ex-governador, de ser senador. De qualquer modo, Zeca do PT fala a mesma língua dos 'xiitas', que desconfiam dos acenos de Puccinelli e veem nas eleições de 2010 a oportunidade de se reencontrar.

O ex-governador acha possível o PT formar uma aliança digerível pela população e com poder de fogo capaz de ameaçar as estruturas do PMDB. Os aliados seriam o PR de Londres Machado e o PDT de Ari Rigo, além das legendas à esquerda.

Puccinelli não responde aos ataques de Zeca do PT, mas afirmou que vai encomendar uma pesquisa para sentir o clima. Em conversas com correligionários, Zeca do PT lamenta a propaganda de obras que segundo ele 'nasceram ou foram retomadas' em seu governo e agora são carimbadas como sendo do PMDB, entre elas o projeto da rota bioceânica e o polo gás-químico. (TV Morena)
 

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