Durante coletiva de imprensa na prefeitura, na tarde de quinta-feira (6), o prefeito Alcides Bernal (PP) alega que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote foi criada para desviar o foco de outra investigação: a CPI da Saúde, que investiga as denúncias de irregularidades no Hospital do Câncer e do Hospital Universitário.
Ao lado do secretário de Planejamento, Finanças e Controle, Wanderley Ben Hur, e do procurador do município, Luis Carlos Santini, Bernal apresentou documentos e explicações para o suposto calote de R$ 450 milhões. “Eles (vereadores) confundem os números e devem fazer isso de propósito, já que são vereadores antigos. Sabe por quê? Para desviar o foco da CPI da Saúde. Apresentamos dados. Contra fatos, não há argumentos, senhores”, explicou o prefeito.
Segundo os dados apresentados. Há cerca de R$ 711 milhões do tesouro municipal empenhado, ou seja, dinheiro existente para pagar os serviços prestados. Destes, cerca de R$ 282 milhões foram liquidados, liberados para pagamento e R$ 262,7 milhões pagos de fato, a fornecedores.
“O município só passa a dever quando concluso o serviço ou entregue o bem. Não é possível pagar antes de atestado, liquidado e entregue todas as certidões (pelos fornecedores)”, explica o secretário de finanças.

O ex-presidente do TJ/MS e atual procurador do município, Luiz Carlos Santini
Foto: A. Ramos/Capital News
“De maneira leviana, falam que devemos 450 milhões. Só que é dinheiro público, depois de concluso, o serviço é pago. Estamos com os números na ponta do lápis, sendo administrados”, apontou.
De acordo com Ben Hur, há de 20 a 30 fornecedores que não foram pagos, mas que o pagamento passar por agenda específica (a popular “burocracia”) e não é atraso. Seguem o fluxo administrativo. Temos um procedimento de pagamentos. É a agenda da prefeitura”, explica.

Wanderley Ben Hur apresentou balanços e valores
Foto: A. Ramos/Capital News
Bernal ainda conclui: “A Câmara não devia defender a RDM, a empresa X ou a empresa Y, devia defender o interesse público”.