O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) Chico Maia usou a tribuna da Câmara de Campo Grande em busca de apoio para reabrir o Parque de Exposições Laucídio Coelho que foi interditado pela prefeitura na segunda-feira, dia 19.
Maia mencionou a importância do Parque que todos os anos sedia a tradicional feira agropecuária, Expogrande.
A interdição se deu pelo fato de que a Acrissul não teria cumprido a cláusula do Termo de Ajustamento de Conduta feito em abril deste ano, que exigia o licenciamento ambiental do Parque.
Os parlamentares devem marcar reunião com o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) para discutir o assunto, segundo informação do vereador Airton Saraiva (DEM) integrante da base aliada ao prefeito.

Airton Saraiva informa que vereadores devem se reunir com prefeito para discutir interdição
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Maia argumentou que a interdição no local foi injustificada por que a Acrissul já havia entregue à prefeitura o plano para implementar mudanças no Parque e obter o licenciamento.
Contudo, Maia esclareceu que o Parque tem 180 mil metros quadrados e que, por isso, não há possibilidade de se fazer um plano acústico para toda a extensão.
“Não tem como fazer as festas sem música”, explicou. Para obter o licenciamento, o Parque precisa ter um sistema de acústica que impeça que o barulho incomode a vizinhança da região.
Maia reclamou que, diferente da Acrissul, eventos realizados em outros locais não são alvo das mesmas exigências.
“A Feira Central realiza shows e não tem licenças (...) O governo está construindo o Aquário do Pantanal no Parque das Nações e não tem licença”, atacou.

Maia já havia entregue plano para obter licenciamento e diz que interdição é injustificável
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Lei do Silêncio
Conforme o vereador Paulo Pedra (PDT), os parlamentares poderão tentar reeditar o projeto que fazia mudanças na Lei do Silêncio, como forma de liberar as festas no Parque.
O projeto que foi aprovado neste ano incluía a Expogrande nos eventos considerados exceção à Lei do Silêncio, ou seja, permitindo barulho acima do permitido pelas regras.
Mas, o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) vetou a matéria. Ele considerou que apenas mudar a lei não surtiria o efeito necessário para manter a Expogrande porque de qualquer forma, o Parque precisaria obter a licença ambiental.
Além de tentar reeditar o projeto, a Câmara, conforme Pedra, pretende marcar uma nova audiência pública para debater mudanças na Lei do Silêncio.

Vereador Paulo Pedra fala em reeditar projeto que propunha alterações na Lei do Silêncio
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