Morreu hoje, aos 91 anos, o jornalista itálo-brasileiro Mino Carta, um dos principais nomes da imprensa brasileira, que participou da criação das revistas Quatro Rodas (1960), Veja (1968), IstoÉ (1976), do jornal da Tarde, do grupo Estadão, e fundou a revista Carta Capital, em 1994. Segundo texto publicado pela Carta Capital, o jornalista que lutava contra problemas de saúde faleceu na madrugada de hoje no hospital Sírio-Libanês, onde estava internado há duas semanas em São Paulo.
Demetrio Giuliano Gianni Carta nasceu em Gênova, na Itália, e veio para o Brasil com a família logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1946. Seu avô, Luigi Becherucci, foi diretor de um jornal genovês, mas perdeu o cargo com a ascenção do regime facista do ditador Benito Mussolini. Com apenas 17 anos, Mino Carta virou correspondente do jornal esportivo italiano Il Messagero durante a Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil, e depois virou redator da Ansa, principal agência de notícias da Itália.
Em 1959 foi convidado pelo fundador da Editora Abril, Victor Civita, a editar uma nova publicação, a revista Quatro Rodas. Aceitou, mas fez questão de informar uma coisa que sempre o acompanharia: não sabia dirigir e não conhecia nada de automóveis. O sucesso da revista, cuja tiragem triplicou de 30 mil para 70 mil exemplares mensais em seis meses, o fez ser respeitado e pouco depois foi convidado para produzir no Estadão a Edição de Esportes, caderno dominical que se transformou no Jornal da Tarde.
Em nota, o presidente Lula lamentou a perda e decretou luto oficial de três dias no País, lembrando que conheceu Mino Carta há quase 50 anos, quando ele, pela primeira vez, deu destaque na imprensa para a luta dos trabalhadores. Ele fez história no jornalismo brasileiro: criou e dirigiu algumas de nossas principais revistas (Veja, Isto é, Quatro Rodas, Carta Capital, Jornal da Tarde, Jornal da República) e formou gerações de profissionais e, sobretudo, mostrou que a imprensa livre e a democracia andam de mãos dadas", diz a nota presidencial. (Com Veja e Estadão)
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