Criadores da raça nelore vão participar, na próxima terça-feira (12), da sessão da Câmara Municipal de Campo Grande para debater a taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. A carne bovina, principal produto enviado pela capital sul-mato-grossense ao mercado norte-americano, responde por R$ 630 milhões em vendas entre 2024 e o primeiro semestre de 2025.
O presidente da entidade, Paulo César de Matos, vai expor aos vereadores os possíveis impactos econômicos da medida. O convite partiu do vereador Landmark (PT).
Na semana passada, o presidente Donald Trump divulgou uma lista de 694 itens que ficaram de fora do tarifaço. Entre eles, celulose e ferro-gusa, segundo e terceiro produtos mais exportados por Mato Grosso do Sul aos EUA. A carne bovina, no entanto, já está sendo sobretaxada, junto a outros 3,8 mil produtos.
Dados da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) apontam que Campo Grande exportou R$ 633,9 milhões em carne bovina aos EUA no período, o equivalente a 97% das vendas externas da cidade. O restante é formado por preparações alimentícias não especificadas.
A capital ocupa o 3º lugar no ranking nacional de rebanho bovino, segundo pesquisa do IBGE de 2022, com 415.630 cabeças. Entre os municípios sul-mato-grossenses que mais exportam carne bovina para os EUA, estão Nova Andradina (R$ 150,1 milhões), Naviraí (R$ 141,7 milhões), Bataguassu (R$ 136 milhões) e Anastácio (R$ 128 milhões).
O líder nas exportações para o mercado norte-americano é Três Lagoas, que faturou cerca de R$ 1,1 bilhão no período. O volume, porém, é concentrado na celulose, que não foi incluída na lista de produtos sobretaxados.