Após o tumulto que paralisou os trabalhos no Congresso Nacional na semana passada, a Câmara dos Deputados se prepara para retomar as atividades. Na terça-feira (12), o presidente da Casa, Hugo Motta, se reunirá com líderes partidários para definir a pauta de votações para as próximas sessões.
Entre os temas em pauta, a base aliada busca pautar o projeto de lei que propõe mudanças no Imposto de Renda (IR). A proposta visa aumentar a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais e reduzir parcialmente o tributo para quem ganha até R$ 7 mil. Para quem tem rendimentos superiores a R$ 600 mil, haverá um aumento na cobrança. O projeto foi aprovado em julho pela comissão especial da Câmara.
O projeto poderia ter sido votado na semana passada, mas os trabalhos da Casa foram interrompidos devido a um protesto de parlamentares oposicionistas, que ocuparam a Mesa Diretora em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles também exigiam uma anistia geral para os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro.
Após a desocupação do plenário, o presidente da Câmara, Hugo Motta, se manifestou sobre o ocorrido, negando qualquer relação entre a retomada das atividades e a votação da anistia. “A presidência da Câmara é inegociável. Não houve negociação para a retomada dos trabalhos. As matérias [jornalísticas] sobre isso não são verdadeiras”, afirmou Motta.
Ainda na sexta-feira (8), Motta encaminhou as denúncias contra os parlamentares envolvidos no motim para a Corregedoria da Câmara. O presidente aguarda um parecer do corregedor Diego Coronel (PSD-BA) antes de levar o caso ao Conselho de Ética da Casa. A conclusão das análises das imagens do episódio deve ocorrer até quarta-feira (13).