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Suspensão de licenças da JBS volta a debate após pedido de vistas na CCJR

Pedrossian Neto critica falta de soluções e aponta que mais de 100 mil moradores sofrem com mau cheiro provocado pela fábrica no Imbirussu

Anderson Ramos Lino
Capital News

MPMS

Juiz rejeita tentativa da JBS de encerrar ações individuais por mau cheiro em bairro de Campo Grande

MP fez vistoria na unidade da JBS

O Projeto de Decreto Legislativo apresentado pelo deputado estadual Pedrossian Neto — que propõe a suspensão das licenças ambientais concedidas à unidade da JBS responsável pela produção de farinha de ossos em Campo Grande — teve o parecer do relator rejeitado e, em seguida, foi alvo de pedido de vistas durante a reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) desta quarta-feira (19). A medida manteve a proposta em tramitação e adiou a conclusão da análise.

A iniciativa do parlamentar surge após uma série de denúncias feitas por moradores da região do Imbirussu, que relatam convivência contínua com mau cheiro vindo da fábrica. Segundo Pedrossian Neto, o problema afeta mais de 100 mil pessoas de diversos bairros do entorno, que há anos convivem com odor forte provocado por processos envolvendo matéria-prima em decomposição, emissão de gases e falhas no sistema de controle de odores.

Pressão popular mobiliza Assembleia

Wagner Guimarães/ALEMS

Deputado estadual Pedro Pedrossian Neto - Audiência Estádio Morenão

Deputado Pedrossian Neto luta por mais de 100 mil moradores do sofrem com mau cheiro provocado pela fábrica da JBS

Ao levar o tema à tribuna, o deputado Pedrossian Neto cobrou providências imediatas e criticou a falta de soluções efetivas. “É um cheiro insuportável, que tira o sono e a qualidade de vida da população. Já passou da hora de uma resposta firme do poder público”, afirmou o parlamentar.

Pedrossian reforçou que a situação ultrapassa limites aceitáveis e que o Estado precisa agir de forma rigorosa para garantir o direito ao ambiente saudável.

Licenças condicionadas ao cumprimento de medidas ambientais

O projeto propõe que as licenças ambientais da unidade permaneçam suspensas até que o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) ateste o cumprimento integral das recomendações feitas em relatórios técnicos do Ministério Público Estadual (MPMS) e da própria autarquia.

As exigências incluem:

instalação de cortinas arbóreas para atenuação de odores;

revisão completa do sistema de exaustão;

melhorias no transporte e no armazenamento de resíduos orgânicos;

adequações gerais para evitar emissão de gases tóxicos e reduzir impactos aos moradores.

Ação civil pública já cobra soluções

O MPMS move desde 7 de março de 2025 uma ação civil pública que busca obrigar a empresa a implementar medidas estruturantes e monitorar os efeitos dos processos industriais sobre a vizinhança. Para Pedrossian, entretanto, as providências solicitadas até agora não resultaram em melhorias perceptíveis à população.

O deputado afirma que a suspensão das licenças é necessária para garantir que as regras ambientais sejam cumpridas de fato — e não apenas apresentadas em documentos.

Tramitação segue na CCJR

Com o pedido de vistas, o projeto voltará à pauta em nova reunião da CCJR, que deverá reavaliar o parecer e deliberar novamente sobre a constitucionalidade da proposta. Enquanto isso, o debate sobre os impactos ambientais da atividade industrial na região do Imbirussu permanece no centro das discussões na Assembleia Legislativa. 

Luciana Nassar/ALEMS

CCJR aprova mudança no processo de licitação de obras em Mato Grosso do Sul

Reunião da CCJR - Pedrossian Neto critica falta de soluções para odor causado pela produção de farinha de ossos no Imbirussu

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