Uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Campo Grande nesta quarta-feira (6) ouviu mães e avós de crianças com deficiência sobre os desafios enfrentados para equilibrar o cuidado com os filhos e a vida profissional. O encontro foi proposto pelo vereador Professor Juari e reuniu representantes do poder público, defensoria, fundações e organizações da sociedade civil.
Com base nos relatos, o vereador apresentou sugestões como criação de empregos com carga horária flexível, incentivos fiscais para empresas que contratem mães atípicas, cotas em concursos públicos e ajustes na legislação trabalhista. "Essa audiência é só o início. Vamos acompanhar e cobrar a execução das propostas", afirmou Juari.
O promotor Paulo Ishikawa, do MPTEA, destacou que o Ministério Público já sugeriu à prefeitura a reserva de vagas no programa de emprego municipal (Primt). A Funsat também participou e afirmou que já possui estrutura para buscar vagas voltadas a esse público. “Temos hoje dois guichês com profissionais capacitados”, disse o diretor João Henrique Bezerra.
Relatos emocionantes marcaram a audiência. Lili Ricaldi, mãe atípica, falou sobre o sentimento de invisibilidade. “Para que ele exista, você tem que se apagar. A primeira coisa que morre é a vida profissional”, disse. A jornalista Karen Andrielly relatou que o auxílio financeiro não cobre o básico: “A gente não quer viver de benefício, mas precisa de autonomia”.
O debate também teve participação de outros parlamentares. O deputado estadual Pedro Caravina prometeu levar as propostas à Assembleia Legislativa. Já os vereadores Wilson Lans e Maicon Nogueira reforçaram o compromisso com políticas inclusivas e sugeriram cotas no Instituto Mirim e demais programas de estágio para pessoas com deficiência.